‘Net Zero’ depende de mais esforços do setor de tecnologia

‘Net Zero’ depende de mais esforços do setor de tecnologia

O conceito ‘Net Zero’ – ou ‘Net Zero Carbon Emissions’, que se traduz como emissões líquidas-zero de carbono – tem ganhado cada vez mais força e relevância no debate global sobre as medidas de combate às mudanças climáticas. Com o objetivo de reduzir as emissões de gases de efeito estufa e limitar o aumento da temperatura global, este é um movimento que tem se expandido para diversos setores da economia, e o de tecnologia é um dos principais, afinal, trata-se de um dos mercados que mais possuem pegada de carbono em suas atividades.

Muitos países, empresas e organizações já estão definindo metas para atingir emissões líquidas igual a zero, com determinado prazo e adotando ações para mitigar as alterações dos climas. A pesquisa Climate Check 2022, da Deloitte, revelou que 82% dos líderes empresariais brasileiros acreditam que investir em práticas sustentáveis do ponto de vista ambiental não somente contribui para a preservação do ecossistema, mas também traz vantagens econômicas significativas no longo prazo. Para 74% destes, as suas organizações podem continuar se expandindo conforme reduzem as emissões de carbono.

Além disso, há uma série de iniciativas com essa mesma finalidade, como a Science Based Targets (SBTi), que fornece um framework para que empresas submetam metas alinhadas com o estabelecido no Acordo de Paris. Este, por sua vez, tem o compromisso de restringir o aumento da temperatura global bem abaixo de 2°C, acima dos níveis pré-industriais, enquanto também se empenha em adotar medidas para conter o aquecimento a 1,5°C. Desde 2015, mais de mil empresas em todo o mundo já aderiram à SBTi.

O uso da inovação e a transição para energia limpa

Pensando na indústria de tecnologia em si, devido à crescente demanda por serviços online e a enorme quantidade de dados sendo transmitidos em tempo real, o setor requer maior quantidade de energia em escala global. Os data centers desempenham um papel fundamental nesse contexto, uma vez que são responsáveis por armazenar, processar e distribuir uma enorme quantidade de informações diariamente. Isso se deve ao fato de que esses centros possuem servidores complexos que operam ininterruptamente, requerem sistemas de refrigeração e, consequentemente, consomem mais eletricidade.

É necessário, portanto, considerar uma transição do uso de fontes tradicionais para energia limpa, que é um pilar central do movimento Net Zero. No entanto, esse processo não é tão simples – embora as gigantes da tecnologia tenham anunciado uma série de compromissos para operar apenas com energia renovável, a realidade é que a disponibilidade e a confiabilidade de energia limpa podem variar em muitas regiões.

A boa notícia é que já é possível observar um certo progresso nesse sentido aqui no Brasil. É o que aponta um relatório do centro de estudos Ember, que afirma que o País utilizou 4,9% de combustíveis fósseis em fevereiro de 2013. Essa porcentagem é a mais baixa registrada em um único mês desde julho de 2012, sugerindo uma mudança no perfil energético do país, afinal, já há companhias embarcando nessa alternativa.

O que mais precisa ser feito?

O que precisa e deve ser considerado o quanto antes é a maior sinergia entre governos, organizações não governamentais e as empresas de tecnologia e inovação. Isso porque a colaboração entre esses três lados é essencial para acelerar o processo de adoção global das práticas sustentáveis. Isso inclui o compartilhamento de melhores práticas, parcerias e investimentos conjuntos em pesquisa e desenvolvimento e, claro, a defesa de políticas públicas que promovam a transição para a energia limpa.

Para isso, a regulamentação é um ponto de atenção, pois os governos podem contribuir para essas medidas mencionadas por meio de incentivos fiscais para energias renováveis, padrões mais rigorosos de eficiência energética e metas mais específicas para a redução das emissões de carbono. E é justamente por isso tudo que o Net Zero vem lutando nos últimos anos, já que nem todas as nações e companhias estão – ainda – alinhadas com esse objetivo.

Embora haja obstáculos no caminho, o compromisso das empresas de tecnologia com o movimento Net Zero é um sinal importante de que é possível que o mundo cumpra com esse objetivo e atinja as metas de minimizar as emissões de carbono. Essa indústria pode se tornar um exemplo de como os setores da economia mais complexos podem se adaptar e evoluir em direção a um futuro sustentável.

*Fernanda Siqueira é coordenadora de ESG & EHS LATAM da ODATA.

Sobre a ODATA, uma empresa da Aligned Data Centers

A ODATA, uma empresa da Aligned Data Centers, é uma provedora de data center, que fornece infraestrutura de TI escalável, confiável e flexível nas Américas. A empresa atende às crescentes demandas por energia, espaço e confiabilidade de organizações de vários setores, oferecendo soluções de data center inovadoras e eficientes, desde colocation gerenciado até projetos built-to-suit. Para mais informações, visite https://odatacolocation.com/.

Compartilhar este post

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *