A inteligência artificial vai acabar com o jornalismo? Fabiana Macedo é diretora da Punto Comunicação e do site AIoT Brasil (www.aiotbrasil.com.br). Trabalhou na Revista Veja, no jornal Computer World e em algumas das maiores agências de comunicação do Brasil.

A inteligência artificial vai acabar com o jornalismo? Fabiana Macedo é diretora da Punto Comunicação e do site AIoT Brasil (www.aiotbrasil.com.br). Trabalhou na Revista Veja, no jornal Computer World e em algumas das maiores agências de comunicação do Brasil.

Empresas de comunicação cortam funcionários e adotam IA para produzir textos

Em 2020, a Microsoft demitiu dezenas de jornalistas que trabalhavam em suas plataformas de notícias. Esses profissionais eram responsáveis por procurar e sugerir as reportagens a serem exibidas na MSN e na Microsoft News. No lugar deles, foi “contratada” uma ferramenta de inteligência artificial que faz isso com rapidez e não recebe salário no final do mês.

Recentemente o site de notícias BuzzFeed (que abriu seu capital em 2021) anunciou cortes de 12% de sua mão de obra, o que dá 180 funcionários. Na sequência, o veículo de notícias online (que recebe cerca de 100 milhões de visitas por mês) anunciou que iria investir na popular ferramenta ChatGPT, criada pela empresa Open AI, para a produção de textos.

Para quem ainda não conhece a Open AI, ela tem dinheiro da Microsoft desde 2019 e recentemente a empresa do Windows anunciou que fará um “investimento multibilionário” nessa plataforma.

O anúncio do BuzzFeed é só mais um dos cortes em empresas que produzem conteúdo, motivados pela crise financeira e pela possibilidade tentadora para empresários do setor de comunicação de fazer mais com menos gente. Mas os jornalistas estão com seus dias contados?

Logicamente, os softwares e as máquinas não conseguem fazer muitas coisas que são importantes para o jornalismo, como cultivar fontes importantes para a obtenção de reportagens exclusivas, investigar denúncias, conquistar novas fontes, não entrevistam personagens etc.

Mas eles já desenvolveram um grau de velocidade e qualidade na redação de textos impressionante. Basta visitar o ChatGPT para comprovar isso. Em poucos segundos ele produz textos que impressionam. Pedi para ele escrever uma reportagem sobre o futuro do jornalismo e logo depois ela já estava pronta pela máquina (não se preocupem, não é este artigo!).

Ou seja, o trabalho feito por redatores de textos está mais que ameaçado por softwares que não recebem salário e podem trabalhar 24 horas por dia. Porém, os jornalistas que souberem tirar proveito da tecnologia para suas matérias (no auxílio de levantamentos de dados para sustentarem suas pautas, por exemplo), terão uma poderosa ferramenta nas mãos.

E já que estamos falando no tema, resolvi perguntar ao ChatGPT o que ela acha da questão. “O uso de inteligências artificiais na produção de textos pode ter um impacto significativo na forma como a mídia é produzida, mas não acho que isso vá substituir completamente jornalistas e redatores. Ainda existem muitas áreas onde a habilidade humana é inestimável, como a investigação, a análise e a interpretação de informações complexas, além da capacidade de julgamento ético e de decisão na escolha do que é notícia. Dessa forma, acredito que as ferramentas de IA poderão complementar, e não substituir, o trabalho humano nesse setor”. Pelo menos nisso eu e a máquina concordamos…

 

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