Pesquisa revela que 59% das empresas acredita que maior risco de comunicação é na falta de transparência

Pesquisa revela que 59% das empresas acredita que maior risco de comunicação é na falta de transparência

Estudo desenvolvido pela Aberje, traz um panorama de como um dos pilares do ESG, a governança corporativa, tem sido tratado pelas companhias.

Com o objetivo de mostrar a estrutura e como é realizada a comunicação da governança corporativa, um dos fatores ESG, nas organizações no Brasil, gerando insights importantes para planejamento e atuação, a Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) apresenta, de forma exclusiva, a pesquisa “A Comunicação da Governança nas Organizações no Brasil”.

Um dos maiores riscos de governança corporativa para as empresas entrevistadas está na falta de comunicação (59%) e de clareza (50%) na comunicação com seus públicos de interesse (stakeholders). Ainda são vistos como riscos, a demora na divulgação de informações relevantes (37%), a falta de processos de monitoramento para evitar a divulgação de informações não públicas / vazamentos (35%) e a falta de divulgação de prevenção, detecção e resposta de riscos de compliance (35%).

Entretanto, as medidas mais importantes que podem contribuir para uma maior efetividade da estratégia e execução da comunicação da governança na organização são a tomada de consciência dos administradores sobre a importância da boa comunicação de governança e a necessidade do seu constante aprimoramento (67%) e a participação das lideranças e dos gestores da comunicação em fóruns, encontros e comitês de associações especializadas em comunicação organizacional (59%).

De acordo com Hamilton dos Santos, diretor-geral da Aberje, estes indicativos mostram o quanto empresas estão dispostas a se inserirem no ESG, pelo menos por meio de um de seus pilares, porém ainda destaca a necessidade de se acelerar nestes temas. “ As empresas têm uma demanda muito grande de ajustarem a sua governança justamente para garantir que os negócios sejam feitos de acordo com as demandas de meio ambiente, do impacto do negócio no meio ambiente e impacto social”.

Foram entrevistadas 46 empresas, em sua maioria privadas multinacionais (70%), localizadas no Estado de São Paulo (63%), com mais de 10 mil funcionários (52%), representando quase todos os setores da economia, com destaque para o de Energia (13%) e o de Veículos e Peças (13%). A maior parte das empresas (61%) tem ações negociadas em bolsas de valores e que trazem consigo alguns pré-requisitos de Governança.

Um dos pontos que chamam a atenção no estudo é quem é considerado stakeholder para as empresas entrevistadas. Para a maioria absoluta (89%), stakeholders são todos os públicos que se relacionam com a organização: acionistas, gestores, empregados, credores, fornecedores, clientes, consumidores, comunidades locais e sociedade como um todo – governos e organizações não-governamentais. “Quando empresas passam a ter a sociedade civil como um grande ativo na prestação de contas, isso demonstra o quanto estamos em evolução na governança corporativa”, destaca o executivo.

Para 65% das empresas participantes, as boas práticas do conselho têm muita importância. 54% das empresas dão a elas a mesma importância que os resultados financeiros e outros 11% chegam a considerar as boas práticas ainda mais importantes do que os resultados financeiros. Já para um terço das empresas pesquisadas (33%), não há um foco de comunicação que relacione as boas práticas do conselho com os resultados financeiros.

Comunicação Corporativa

A área de Comunicação Corporativa é a responsável pela comunicação da governança em 83% das organizações. Em segundo lugar está a área de Relações Institucionais (46%). A comunicação da governança é feita por uma área específica de governança em 37% das empresas e pela área de Relações com Investidores em 30% das organizações pesquisadas.

Já os comitês, que têm ganhado força nas empresas nos últimos anos, mostram que os mais comuns são de Riscos (91%), ESG (74%), Recursos Humanos (72%), Auditoria (65%) e Financeiros (57%), sendo que a área de Comunicação é integrante em poucos desses comitês, com destaque para o Comitê de ESG (67%), o Comitê de Divulgação de Informações e Negociações (48%) e o Comitê de Riscos (48%).

Comunicação x Stakeholders

Segundo a pesquisa, 57% das participantes consideram a importância da comunicação externa da governança, se dirigindo de forma constante à comunidade e ao público ao qual a organização está inserida, para prevenir crises e projetar uma imagem de transparência e honestidade. Já 54% consideram a importância da comunicação interna da governança, e se dirige de forma permanente ao conjunto dos colaboradores, para projetar uma imagem unificada e forte.

Para toda essa comunicação, 89% das empresas declararam utilizar uma linguagem acessível, e de forma transparente. Apenas 9% das empresas pesquisadas disseram lançar mão de uma linguagem técnica e especializada, em suas comunicações sobre governança.

Mas como se comunicar?

Quanto aos principais canais de comunicação junto aos stakeholders, para os acionistas, são utilizados websites para a divulgação de relatório anual da administração (50%) e também para a divulgação de previsões ou fato relevante (46%), realização de apresentações públicas de informações, direcionadas à públicos específicos (37%) e por meio de teleconferências (37%).

Já na comunicação junto aos colaboradores, são utilizados os canais internos de comunicação direto com a administração (67%), e-mail (41%), teleconferências (33%) e portais específicos de governança corporativa (26%). O website também é utilizado por 22% das empresas para a divulgação de previsões trimestrais ou anuais, além de fatos relevantes.

Para outros públicos estratégicos da organização, os canais utilizados para a divulgação de informações sobre governança são: os releases em agências de notícias e imprensa em geral (54%), o website para a divulgação de relatório anual (50%) e o website para a divulgação de previsões ou fato relevante (39%) e as mídias sociais (28%).

A maioria das organizações participantes (78%) define uma programação para que todos os públicos sejam sempre alcançados pelas ações de comunicação de governança.

Informações relativas à governança

A pesquisa também aponta que as medidas mais importantes que podem contribuir para uma maior efetividade da estratégia e execução da comunicação da governança na organização são a tomada de consciência dos administradores sobre a importância da boa comunicação de governança e a necessidade do seu constante aprimoramento (67%) e a participação das lideranças e dos gestores da comunicação em fóruns, encontros e comitês de associações especializadas em comunicação organizacional (59%).

As empresas participantes avaliaram seu desempenho na Comunicação da Governança de forma satisfatória, relacionando aos conceitos muito bom e ótimo, os seguintes aspectos: gestão das situações de crise (74%), gestão da reputação e boa imagem da organização e das suas marcas (72%) e informação para os públicos de interesse sobre os valores e sobre a essência da organização (70%). Por sua vez, os itens mais associados ao conceito insatisfatório, foram: ouvir e acolher as questões, demandas e opiniões dos públicos de interesse (15%) e promoção e ampliação da diversidade e de canais de comunicação entre a organização e os seus públicos (11%).

A pesquisa foi realizada exclusivamente junto ao LiderCom da Aberje – grupo de lideranças de Comunicação Corporativa de empresas associadas – e teve patrocínio da Ypê.

Sobre a Aberje – A Associação Brasileira de Comunicação Empresarial é uma organização profissional e científica sem fins lucrativos e apartidária. Tem como principal objetivo fortalecer o papel da comunicação nas empresas e instituições, oferecer formação e desenvolvimento de carreira aos profissionais da área, além de produzir e disseminar conhecimentos em comunicação. A atuação da Aberje ultrapassa os limites do território brasileiro com participações ou presença nos boards de instituições internacionais como a Fundacom, Global Alliance for PR and Communication Management e Arthur W. Page Society, posicionando-se como um think tank da Comunicação Empresarial Brasileira.

Compartilhar este post

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *