Cresce em quase 40% o número de vagas in the house para profissionais de tecnologia
Esse tipo de emprego é quando o profissional de TI trabalha em empresas que não são do ramo de tecnologia, mas que têm a demanda de um profissional de tecnologia em seu quadro
Oferta por esse tipo de emprego cresceu cerca de 39% na última década no Brasil
Muitas empresas que não são especializadas em Tecnologia da Informação (TI) têm em suas estruturas posições de emprego para profissionais de tecnologia, dada a demanda interna em torno dos sistemas que a empresa usa (ERP, automação, funcionamento de máquinas e servidores, controle de acesso, entre outros) e, assim, movimenta-se o mercado de trabalho.
Chamado de TI in-house, a oferta por esse tipo de emprego cresceu cerca de 39% na última década no Brasil, entre os anos de 2011 e 2021, chegando a 404 mil postos de trabalho, segundo informações apresentadas no Insight Report da Assespro-PR (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação) do mês de janeiro/23.
No estado do Paraná, importante por ser o local de principal atuação da entidade, o crescimento percentual também foi muito próximo da média nacional: 33%, com cerca de 23 mil vagas, o quarto lugar com maiores ofertas dentro das unidades federativas.
A análise torna-se fundamental para entender como o mercado tem se comportado e quais ramos não ligados diretamente à produção de serviços e produtos em TI têm buscado cada vez mais soluções tecnológicas dentro de suas atividades, e o próprio crescimento percentual indica como é importante contar com profissionais de tecnologia no dia a dia desses empreendimentos, e não apenas quando existem problemas pontuais a serem solucionados.
Por esse motivo, o relatório também observou quais são os setores que mais têm atração e vagas. Dentre as seções ou subsetores de atividade econômica que mais empregaram pessoal em TI in-house, no Brasil, em 2021, destacam-se: Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (16%); Atividades administrativas e complementares (12%); Indústrias de transformação (10%); e Atividades financeiras, seguros e relacionados (14%). Já no Paraná, o cenário foi parecido, com Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (16%); Indústrias de transformação (14%); Atividades administrativas e complementares (12%); e Atividades profissionais, científicas e técnicas (11%).
Se levado em consideração os segmentos de atividades, desmembrando as seções, temos na Administração pública, com mais de 25 mil empregados, o primeiro lugar, seguida pela de Bancos múltiplos, com carteira comercial (24 mil) e Comércio varejista especializado de equipamentos e suprimentos de informática (19 mil). No Paraná, o ramo de Atividades de consultoria em gestão empresarial, exceto consultoria técnica específica, liderou, com cerca de 1,2 mil empregados, seguido por Serviços de escritório e apoio administrativo (979) e Administração pública em geral (978).
Com a digitalização do setor financeiro, especialmente a partir de 2016, o segmento de “Outras atividades auxiliares dos serviços financeiros” teve um incremento em torno de 25 vezes mais vagas, o recordista no país, enquanto, no Paraná, no segmento de Seguros (não vida) o aumento do emprego em TI in-house foi da ordem de 12 vezes.
O Report também se atentou a um dado muito interessante. Houve um aumento de apenas 7% no emprego de professores de computação do ensino superior (graduação e pós-graduação), em âmbito nacional, no período 2011-21, que, comparado ao TI in-house, está 31 p.p abaixo.
A queda do emprego dessa categoria profissional ocorreu notadamente nos anos de 2020 e de 2021, quando houve uma contração de 15%, em relação a 2019, possivelmente como reflexo da pandemia da Covid-19. No caso do Paraná, essa queda acentuada do emprego de professores de computação do ensino superior ocorreu em 2021, com uma redução de 46% em relação ao ano de 2020.
Uma das hipóteses é que parte dessa força de trabalho qualificada está sendo justamente atraída para outras atividades de serviços em TI (in-house e Core TI), além de melhores salários e mais flexibilidade em relação à vida docente, que exige outros tipos de expertises e socialização.
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