Coteminas anuncia parceria com a Shein para produção no Brasil
Editor2023-04-24T08:00:36-03:00Memorando prevê que 2 mil dos clientes confeccionistas da empresa passem a ser fornecedores da varejista chinesa
A Companhia de Tecidos Norte de Minas (Coteminas) anunciou a assinatura de um memorando de entendimentos com a Shein. O memorando prevê que 2 mil dos clientes confeccionistas da empresa passem a ser fornecedores da Shein para atender os mercados doméstico e da América Latina. A parceria também abrange o financiamento para capital de trabalho e contratos de exportação de produtos para o lar.
A Coteminas é de propriedade do atual presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva. Ontem, ele participou de uma reunião do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com representantes da empresa de e-commerce chinesa.
No encontro, a Shein se comprometeu a nacionalizar 85% de suas vendas em quatro anos, com produtos feitos no Brasil. Segundo Haddad, Gomes da Silva intermediou o entendimento com a Shein. Depois, a Shein anunciou que fará investimentos de cerca de R$ 750 milhões no setor têxtil brasileiro para gerar até 100 mil empregos indiretos no País nos próximos três anos.
O anúncio ocorre em meio às discussões sobre sonegação de impostos nas compras em sites estrangeiros que vendem para o Brasil. Depois de divulgar que iria taxar sites asiáticos, o governo recuou com a repercussão negativa da proposta.
A varejista Shein anunciou na quinta-feira, 20, que vai começar a fabricar suas roupas no Brasil. O anúncio acontece em meio a pressão de concorrentes locais e do governo para que as empresas chinesas paguem os mesmos impostos que as brasileiras.
O plano de produção local havia sido antecipado pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda), após se reunir com representantes da companhia. “Uma coisa para nós muito importante também é que vejam o Brasil não só apenas como mercado consumidor, mas como uma economia de produção”, afirmou o ministro.
O investimento inicial vai treinar fabricantes brasileiros para adequarem seus modelos ao da Shein, de venda sob demanda. Ou seja, a varejista só fabrica o que vende, sem estoques. “Isto permitirá aos produtores locais gerenciar melhor os pedidos, reduzir o desperdício e diminuir o excesso de estoque”, afirma comunicado da varejista.
Com informações de Estadão Conteúdo (Ana Paula Grabois).
Imagem: Divulgação
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