Morning call: como os ataques em Israel podem influenciar o mercado no Brasil?
Editor2023-10-09T08:01:37-03:00O morning call de hoje indaga como o mercado por aqui vai reagir diante do ataque no Sul de Israel que levou o gabinete do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, a colocar o país oficialmente em guerra. A decisão do primeiro-ministro autoriza formalmente “a tomada de medidas militares significativas”, disse o gabinete de Netanyahu em comunicado. “A guerra que foi imposta ao Estado de Israel em um ataque terrorista assassino da Faixa de Gaza começou às 6h de ontem”, disse.
As incertezas em torno da abrangência e da duração do conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas devem levar a uma onda de aversão ao risco “fortíssima” nos mercados financeiros globais nesta segunda-feira (9), afirma o economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho. Os Estados Unidos comemoram nesta segunda o feriado de Columbus Day. Entretanto, apenas o mercado de Treasuries estará fechado.
Nos Estados Unidos (EUA) e Europa, os mercados futuros já dão o tom do humor do mercado nas primeiras horas desta segunda-feira. Às 7h30:
- Nos EUA, os futuros de índices de ações caíam. Os contratos vinculados ao S&P 500, ao Nasdaq-100 e ao Dow caíam cerca de 0,5%.
- O dólar e o ouro subiam. Ambos os ativos são investimentos nos quais os investidores tradicionalmente procuram segurança em momentos de tensão no mercado.
- Os preços do petróleo e do gás também subia na manhã desta segunda. O contrato mais negociado para o petróleo Brent subia quase 3%, sendo negociado perto de US$ 87 o barril. A referência europeia para o gás natural subia 8%. Os títulos europeus de renda fixa também estão se valorizando.
- O mercado de títulos dos EUA está fechado devido ao feriado Columbus Day.
Segundo Velho, a perspectiva é de corrida ao dólar e fuga da renda variável tanto no exterior como no Brasil. Por aqui, as taxas de juros curtas devem subir na esteira do avanço das cotações internacionais do petróleo e da depreciação do real, que pressionam a inflação no curto prazo. Ao longo da semana, contudo, o chamado movimento de “fuga para a qualidade” pode promover arrefecimento das taxas dos Treasuries e, por tabela, queda dos juros futuros longos no Brasil.
“Em movimento típico de aversão ao risco por problema financeiro ou macroeconômico, dólar sobe, enquanto bolsas e commodities caem. Mas como essa guerra pode mexer com países exportadores de petróleo, como Irã, deve haver uma alta forte das cotações da commodity”, diz Velho.
Os indicadores que serão divulgados ao longo da semana podem perder um pouco de sua relevância na formação de preços, caso do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro e a ata do mais recente encontro de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Ambos os dados saem na quarta-feira (11), além do índice de inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) em setembro nos EUA, que será conhecido na quinta-feira (12).
Antes do ataque, na sexta-feira, o Ibovespa fechou em alta de 0,78%, a 114.196,63 pontos. Isso depois de ter batido a mínima de 111.598,57 pontos. O índice fechou a semana em queda de 2,06%. No mesmo pregão, o dólar desceu 0,14%, a R$ 5,1622. Na máxima, no começo daquele dia, o dólar chegou a R$ 5,22.
Como sempre ocorre, as bolsas da Ásia podem ser um termômetro do que vai ocorrer por aqui. Vamos aos fechamentos por lá.
Bolsas da Ásia
As bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam sem direção única nesta segunda-feira (9) em meio a tensões geopolíticas deflagradas por ataques do grupo militante palestino Hamas em Israel no fim de semana e a retomada dos mercados chineses após o feriado da Semana Dourada.
Na China continental, os negócios com ações voltaram de mais uma semana de feriado levemente pressionados. O índice Xangai Composto caiu 0,44% hoje, a 3.096,92 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto teve ligeira baixa de 0.09%, a 1.908,64, pontos. Pesaram no sentimento dados de turismo mais fracos do que o esperado do feriado da Semana Dourada e o conflito no Oriente Médio, que levou as cotações do petróleo a saltar mais de 4% no fim da noite de ontem.
“Distúrbios ou escaladas na região (do Oriente Médio) podem ter implicações de longo alcance para os mercados de energia, cadeias de abastecimento globais e dinâmicas geopolíticas”, disse Stephen Innes, da SPI Asset Management, em nota a clientes.
Já em Hong Kong, o índice Hang Seng avançou 0,18%, a 17.517,40 pontos, após uma sessão reduzida pela metade devido a um alerta de tufão temporário.
Em outras partes da Ásia, as bolsas do Japão, da Coreia do Sul e de Taiwan não operaram hoje devido a feriados locais.
Na Oceania, a bolsa australiana ficou no azul pelo terceiro pregão seguido, em parte ajudada por ações de petrolíferas. O S&P/ASX 200 subiu 0,23% em Sydney, a 6.970,20 pontos.
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