Síndrome do Impostor: será que sou uma fraude? – Por: William Sanches é Terapeuta Transpessoal é Pós-graduado em Neurociências e Comportamento pela PUCRS. Também cursou Letras, Pedagogia e pós-graduou-se em Literaturas, Educação, Psicologia Positiva, Hipnose Clínica e Programação Neurolinguística.
“Por que estou nesse lugar?”
“Será que tenho competência para esse cargo?”
“Será que mereço esse relacionamento?”
“Eu não deveria estar aqui!”
“Eu não merecia esse prêmio”
Se você se sente incomodado toda vez que recebe um elogio, deixa tudo para depois, tem dificuldade de dizer não para os outros, quer agradar todo mundo ou sempre acha que as coisas boas e as oportunidades são apenas sorte que surge em sua vida, preste bem atenção: você pode estar sofrendo da chamada Síndrome do Impostor.
A Síndrome do Impostor é caracterizada por pessoas que têm tendência à autossabotagem e isso é muito sério, principalmente em tempos difíceis.
Entenda o que é Síndrome do Impostor, a sensação de que a qualquer momento alguém vai descobrir que você é uma fraude.
Segundo estudos da psicóloga Gail Matthews, da Universidade Dominicana da Califórnia, nos Estados Unidos, a condição está ligada à alta competitividade do mercado e atinge 70% dos profissionais.
Você pode perder ótimas oportunidade e ideias criativas, simplesmente por sofrer essa síndrome.
A Síndrome do Impostor é aquela insatisfação recorrente com o seu próprio desempenho, que se soma à falta de valorização dos seus resultados.
Pessoas com essa autopercepção atribuem o sucesso de suas conquistas a fatores como ajuda de terceiros, momentos oportunos, conexões, coincidências, carisma e outros elementos que não possuem relação com seu esforço pessoal.
Isso pode ocorrer em todos os aspectos da sua vida, seja no campo social, profissional, pessoal ou no aprendizado constante, atrapalhando e muito na prosperidade.
Algo bem interessante — e daí vem o nome impostor — é que essas pessoas que desenvolvem essa síndrome “temem ser descobertas como fraudes”. Por não confiarem em suas próprias habilidades e intelecto, acreditam que os demais podem chegar à conclusão de que, na verdade, não são capazes de atingir o nível de excelência atribuída a elas. Assim, serão acusadas de enganarem a todos.
Quem não acredita nas coisas positivas e está sempre esperando o pior de si mesmo, sem perceber, está se autossabotando e tende a não conseguir cumprir seus projetos ou tarefas simples entrando, assim, em um ciclo de negatividade constante.
Quem não enxerga seu próprio valor acaba não se sentindo merecedor das coisas boas que a vida traz. É como receber uma benção divina, mas ao invés de ficar feliz, se sente não merecedor e acaba sofrendo por isso.
A Síndrome do Impostor faz com que suas vítimas não consigam perceber o valor das suas habilidades e competências e elas acabam se colocando numa espécie de vigília negativa, num temor intermitente de serem consideradas “uma fraude”.
Algumas características são sempre presentes
A Síndrome do Impostor tem muitos sintomas, os quais podem ser encontrados abaixo.
Fazer comparações: isso atrapalha qualquer pessoa, mas no caso do impostor, a comparação traz base para suas teorias de que o outro é sempre melhor. As comparações são constantes em pessoas com essa síndrome. Elas não conseguem se satisfazer consigo mesmas, por isso, comparam os seus talentos, conquistas e carreira com as dos outros. Olha sua vida e a dos outros o tempo todo e em todos os campos.
Procrastinação: deixa sempre coisas para depois. Esse é um dos sintomas mais presentes. Adiar compromissos e tarefas, deixando para concluí-los no último minuto. Pode parecer normal para muitos, mas no caso do impostor tem uma intenção: deixando para fazer em cima da hora afasta o momento de ser criticado ou avaliado. Por outro lado, reduz a qualidade do trabalho também. Algo bem comum também é o abandono de tarefas. Devido ao medo de não conseguirem chegar a um bom resultado, deixam de fazer a tarefa.
Trabalhar excessivamente: pode parecer um ciclo sem fim, mas no caso do impostor, ele faz muito por não sentir que está bom o suficiente. Para tentar alcançar o ideal em suas mentes e combater possíveis suspeitas de terceiros acerca de seu merecimento, essas pessoas passam muito tempo trabalhando. Dessa forma, acabam sendo mais suscetíveis ao esgotamento psicológico.
Medo de receber críticas: a Síndrome do Impostor faz com que as pessoas fujam de ocasiões em que possam ser criticadas ou avaliadas. Elas se “escondem”. Podem, muitas vezes, adiar o início de um projeto ou ideia criativa por desejarem não receber críticas por conta disso. Vivem sempre com a voz interna condenando a si mesmas.
Vontade de agradar a todos: se recebem uma crítica vão trabalhar incansavelmente até agradar aquela pessoa. O medo de ser desmascarado pode levar as pessoas com essa síndrome a tentar agradar a todos ao seu redor. Podem até mesmo se submeter a situações degradantes para conseguirem a aprovação dos outros.
Autossabotagem: todos os sintomas são consequência de uma tentativa árdua, inconsciente (ou não) e contínua de autossabotagem. Ele nunca é bom o suficiente. Por achar que vai ser “descoberto”.
Para se prevenir e mesmo enfrentar a Síndrome do Impostor é preciso abandonar hábitos negativos. Por exemplo, ao invés de colocar-se para o mundo como uma pessoa preguiçosa, faça o contrário e pense que você é uma pessoa de sucesso, lembrando das suas características positivas e de coisas que já deram certo para você. A simples mudança de foco vai te ajudar a entrar em um ciclo de positividade. O maior desafio está em perceber que a Síndrome do Impostor acontece com você em maior ou menor escala. Agora, se você percebeu algum desses sintomas, pode começar a trabalhar para mudar essa realidade.
Outro hábito positivo que se deve criar é aceitar os elogios que são dirigidos a nós. Se você foi elogiado é por que mereceu e teve reconhecimento por isso. É sinal de que o outro viu um valor em você que, às vezes, nem você havia percebido. Receba esse elogio. Passar a aceitar o que dizem de bom sobre você é um exercício. Você pode estar programado só para aceitar críticas, ofensas, xingamentos e quando chega um elogio pode estranhar. Faça o contrário, agradeça e mentalize: eu mereço, recebo e agradeço.
E quando receber uma crítica, lembre-se de que todos estamos em constante processo de aprendizado e que errar faz parte do caminho. Nada é perseguição ou uma crítica somente à sua pessoa. Quando aceitamos e identificamos o que pode ser melhorado, adotamos uma postura mais assertiva e evitamos nos colocar na posição de vítimas.
O que mais agrava a Síndrome do Impostor é o seguinte: quem sofre com o não merecimento, acaba se contentando com uma vida muito abaixo do que realmente poderia ter. E isso não tem nada a ver com zona de conforto. Justamente porque o “impostor” exige muito de si mesmo, mas acha que nunca é suficientemente bom. A insegurança faz com que a pessoa não acredite que é capaz para realizar um trabalho ou mesmo para ser aceita pelos outros.
Ela pensa que os melhores resultados estão guardados para quem merece ser mais amado e valorizado, ou seja, todo mundo pode ter mais e melhor, menos ele mesmo.
Quem busca uma perfeição que não existe precisa tomar algumas atitudes imediatas, como abandonar os pensamentos que superestimam sua importância e cultivar a autoestima. Como expliquei, são pequenos, mas importantes passos que definem sua nova postura: a de vencedor. Aceite mais que é bom de verdade, pare de comparar-se com os outros, tire um tempo para você.
Abra as portas para as coisas boas que estão chegando, lembre-se de que a felicidade bate à sua porta, mas ela é tão educada que espera você a convidar para entrar.
Famosos que assumiram ter a Síndrome do Impostor
Acordar, olhar-se no espelho e se sentir uma fraude. Viver atormentada por sentimentos de incapacidade e inferioridade. Relatada recentemente por personalidades como Juliette e Adele, e já abordada abertamente por nomes como Michelle Obama e Meryl Streep, essa sensação, que aflige grande parte das mulheres, tem nome: a “Síndrome da Impostora”.
A Síndrome do Impostor é uma autopercepção ilusória e distorcida das próprias habilidades, que leva indivíduos a acreditarem que não são qualificados para desempenhar tarefas para as quais têm plena competência.
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