Positividade tóxica no ambiente de trabalho destrói equipes – Por: Marcio Zeppelini, mais conhecido como ZEPPA, é empresário, empreendedor social e palestrante. Autor do livro “A Magia de #FazerAcontecer. É CEO da Rede Filantropia, diretor-executivo da Zeppelini Publishers e CMO da G&F Projetos de Impacto.

Positividade tóxica no ambiente de trabalho destrói equipes – Por: Marcio Zeppelini, mais conhecido como ZEPPA, é empresário, empreendedor social e palestrante. Autor do livro “A Magia de #FazerAcontecer. É CEO da Rede Filantropia, diretor-executivo da Zeppelini Publishers e CMO da G&F Projetos de Impacto.

No ambiente corporativo, a busca incessante pela produtividade e pela excelência muitas vezes vem acompanhada de discursos que exaltam a felicidade, a gratidão e a positividade como valores indispensáveis para o sucesso.

No entanto, o que inicialmente parece uma prática saudável pode rapidamente se transformar em um veneno sutil – a positividade tóxica. Este fenômeno ocorre quando a cultura do otimismo exagerado ignora as reais necessidades emocionais dos colaboradores, criando ambientes desregulados e alimentando lideranças manipuladoras.

A positividade tóxica pode impactar a saúde mental dos funcionários, desestabilizar equipes e, paradoxalmente, minar a produtividade que se pretende promover.


Saúde mental e esgotamento físico

A saúde mental no local de trabalho é um tema fundamental que, infelizmente, costuma ser negligenciado em ambientes que priorizam uma fachada de constante felicidade.

A positividade tóxica ocorre quando sentimentos negativos ou desconfortos legítimos são desconsiderados ou reprimidos em nome de um otimismo superficial.

Essa cultura pode levar a um aumento de estresse, ansiedade e até mesmo ao burnout (síndrome do esgotamento profissional), uma vez que os funcionários sentem que não têm permissão para expressar preocupações reais ou mostrar vulnerabilidade.

burnout é um transtorno emocional caracterizado por exaustão extrema, estresse elevado e esgotamento físico decorrente de situações de trabalho intensas, que exigem alta competitividade ou grande responsabilidade.

Lideranças que praticam a positividade tóxica frequentemente ignoram esses e outros sinais, oferecendo em troca feedbacks superficiais ou elogios vazios, como se isso pudesse resolver problemas profundos.

Essa abordagem cria um ambiente onde os colaboradores se sentem desconectados e desvalorizados, resultando em uma queda na motivação e na produtividade.

Shawn Achor, no livro The Happiness Advantage, aponta que a positividade genuína baseada na gratidão e no apreço pode aumentar a criatividade em três vezes, reduzir em 23% os sintomas de fadiga e elevar as vendas em 37%. No entanto, essa positividade precisa ser autêntica e sensível às necessidades emocionais de cada membro da equipe.


Chefias tóxicas e ambientes disfuncionais

Líderes que praticam positividade tóxica muitas vezes utilizam elogios e bajulação como formas de manipulação, criando uma falsa sensação de bem-estar e escondendo problemas implícitos.

Esses líderes podem usar feedbacks positivos não como reconhecimento genuíno, mas como uma arma para manipular os integrantes de sua equipe, incentivando-os a ignorar suas próprias necessidades emocionais em prol de uma fachada de felicidade.

Essa dinâmica é particularmente prejudicial em ambientes de trabalho desorganizados e disfuncionais, onde a comunicação é ineficaz e as relações são permeadas por desconfiança.

A falta de validação emocional por parte dos líderes faz com que os funcionários se sintam inseguros e isolados, contribuindo para um ciclo vicioso de insatisfação e desmotivação.

Em vez de enfrentar os desafios de frente, esses ambientes optam por esconder suas fragilidades sob uma camada de otimismo forçado, o que apenas agrava os problemas existentes.


Importância de uma liderança empática

Bons líderes reconhecem que validar os sentimentos dos integrantes da equipe é essencial para o bem-estar coletivo e para a construção de um ambiente de trabalho saudável.

Em vez de impor uma positividade artificial, líderes empáticos ouvem ativamente seus colaboradores, reconhecem preocupações e trabalham para criar soluções reais que atendam às necessidades de todos. Essa abordagem fortalece a confiança entre os membros da equipe e promove uma cultura de inovação e criatividade.

A liderança baseada na empatia e na autenticidade tem o poder de transformar ambientes de trabalho, tornando-os locais onde os funcionários se sentem valorizados e motivados a contribuir de maneira significativa.

Quando os líderes abandonam a máscara da positividade tóxica e adotam uma postura mais humana e compreensiva, o impacto positivo se reflete na produtividade, na coesão da equipe e, consequentemente, nos resultados da empresa.

Seja um líder melhor

Valide emoções reais: Reconheça e valide os sentimentos dos membros da equipe. Quando um colaborador expressar frustração ou preocupação, ouça atentamente e ofereça suporte em vez de minimizar seus sentimentos.

Evite elogios vazios: Em vez de usar elogios superficiais como forma de manipulação, ofereça feedbacks genuínos e construtivos. Reconheça o esforço e o trabalho árduo de forma sincera.

Promova a comunicação aberta: Incentive um ambiente onde os funcionários se sintam confortáveis para expressar suas preocupações sem medo de retaliação. A comunicação aberta é fundamental para identificar e resolver problemas antes que eles se tornem críticos.

Equilibre otimismo com realismo: Embora seja importante manter uma atitude positiva, certifique-se de que essa positividade seja equilibrada com um entendimento realista dos desafios enfrentados pela equipe. Esteja disposto a enfrentar dificuldades de forma direta e colaborativa.

Foque no bem-estar coletivo: Priorize o bem-estar mental e emocional da equipe, implementando práticas que promovam a saúde e o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Uma equipe saudável é mais produtiva e inovadora.Portanto, a positividade tóxica no ambiente de trabalho é uma ameaça sutil que corrói a saúde mental dos funcionários, desestabiliza equipes e compromete a produtividade.

Para evitar essa armadilha, verdadeiros líderes devem adotar uma atitude mais empática e autêntica, validando as emoções reais de seus colaboradores e promovendo uma cultura de comunicação aberta e apoio mútuo.

Ao fazer isso, não apenas se cria um ambiente de trabalho mais saudável e funcional, mas também se inspira a equipe a liberar seu verdadeiro potencial de criatividade e inovação e, com isso #FazerAcontecer mais e melhor.

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