Saúde – Entrevista com Dr. Diego Daibert ,é neurocirurgião (membro titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia) com área de atuação em dor (Sociedade Brasileira de Neurocirurgia/ Associação Médica Brasileira). Formado em Fonoaudiologia pela Universidade Católica de Petrópolis (2001) e em Medicina pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2009), o médico tem o propósito de transformar vidas. Há cerca de 7 anos atuando em cirurgias de alta complexidade e residências em renomados hospitais, Daibert tem o diferencial de oferecer tratamentos contra a dor crônica além do convencional, quando praticamente todas as terapias realizadas no paciente não produzem mais efeito.
Revista Empresários – A Medicina da Dor. Explique a especialidade
Dr. Diego Daibert – A Medicina da Dor é uma subespecialidade médica voltada ao tratamento de pacientes com dores crônicas. Médicos com diferentes especialidades, como Ortopedia, Neurocirurgia e Anestesiologia, normalmente expandem suas áreas de atuação para incluir a Medicina da Dor. O enfoque é auxiliar pacientes que já tentaram tratar suas dores crônicas através de especialidades convencionais, sem sucesso. Quando o tratamento com especialistas nas áreas convencionais não surte o efeito desejado, o paciente é então encaminhado para avaliação com o médico especialista em dor.
O especialista em dor utiliza uma abordagem clínica e procedimentos específicos voltados para esse perfil de pacientes, objetivando controlar e melhorar a qualidade de vida destes indivíduos.
Revista Empresários – O que te motivou escolher a Neurocirurgia?
Dr. Diego Daibert –Desde o início da faculdade de medicina, me senti atraído pela neurocirurgia. Foram dois anos e meio como monitor de neuroanatomia, experiência que me fez acompanhar os procedimentos de neurocirurgia desde o princípio. Esses anos me fascinaram pela riqueza de detalhes, pela complexidade e pelo potencial significativo de beneficiar pacientes. Naturalmente, optei por seguir essa carreira é sem dúvidas foi a melhor escolha.
O conhecimento técnico e anatômico adquirido na neurocirurgia tem um grande valor agregado no tratamento de pacientes com dor crônica, uma vez que grande parte dessa condição envolve o sistema nervoso. A neurocirurgia, portanto, não apenas me encantou, mas também me equipou com ferramentas fundamentais para auxiliar meus pacientes a manejar suas dores crônicas.
Revista Empresários – As pessoas procuram a Medicina da Dor por indicação clínica ou por impulso próprio?
Dr. Diego Daibert –Muitas vezes, os pacientes são encaminhados para um médico especialista em dor por indicação de um médico de outra especialidade ou até mesmo da mesma especialidade, que reconhecem que o paciente pode se favorecer deste tipo específico de cuidado.
No meu caso, como também sou neurocirurgião, eu regularmente recebo pacientes encaminhados por colegas neurocirurgiões que não atuam na área de dor crônica. Além disso, com o advento da internet, muitos pacientes por iniciativa própria conseguem descobrir esta especialidade. Todavia, a grande maioria ainda chega por indicação de colegas médicos.
Muitos pacientes, quando avaliados, expressam alívio e gratidão. Eles frequentemente me contam que não sabiam que existia uma especialidade dedicada ao tratamento de dores crônicas e lamentam não terem descoberto isso antes. Eles geralmente dizem coisas como “Se eu soubesse antes, teria procurado um especialista em dor para meu caso”.
Revista Empresários – Quando as alternativas de tratamento de combate à dor crônica se esgotam, o que você propõe ao paciente? Como você o avalia?
Dr. Diego Daibert – O tratamento para a dor crônica é um processo contínuo e multifacetado. Embora alguns pacientes possam sentir que suas opções de tratamento estão se esgotando, na realidade, sempre há mais alternativas a explorar. Este é um aspecto fundamental da Medicina da Dor.
Em nosso tratamento, consideramos tudo, desde questões comportamentais e estilo de vida até a realização de procedimentos. Reconhecemos que a dor é uma experiência altamente individual e pode ser mais ou menos resistente ao tratamento de acordo com a situação. Independente da dificuldade, estamos comprometidos em buscar a solução mais apropriada e eficaz para cada paciente.
Revista Empresários – Qual o diferencial da sua consulta até o diagnóstico em comparação ao que existe hoje na medicina?
Dr. Diego Daibert – O diferencial da minha avaliação é que busco compreender o paciente como um todo antes de me aprofundar em exames específicos. Dedico um considerável tempo à anamnese do paciente e ao exame clínico, pois eles compõem em torno de 85% do diagnóstico do quadro de dor do paciente.
Minha abordagem envolve uma avaliação completa, contemplando todos os aspectos da vida do paciente – seus antecedentes médicos, seu dia a dia, as mutações em sua rotina devido à dor, suas relações interpessoais, entre outros aspectos que podem afetar sua experiência com a dor. Tudo isso contribui para entender como o paciente era antes de ter dor e como a dor mudou sua vida.
Frequentemente, os pacientes com dor crônica já passaram por várias cirurgias e trazem consigo uma pilha de exames, porém, minha prioridade é a investigação clínica. A avaliação de exames complementares ocorre no momento apropriado, seja no final da consulta ou numa consulta subsequente.
Dessa forma, procuro entender cada paciente como único. Cada um responde de forma diferente à dor e ao tratamento. Portanto, investigo a pessoa por trás do quadro clínico, e não apenas a condição apresentada.
Revista Empresários – Há algum projeto para beneficiar pessoas que não têm acesso a esse tipo de tratamento?
Dr. Diego Daibert – Juntamente com colegas de outras especialidades, todos atuantes em dor, estamos desenvolvendo projetos sociais para ajudar pacientes em situação econômica desfavorecida que necessitam de tratamento para dores crônicas e que, normalmente, estão à espera de um especialista nas filas do Sistema Único de Saúde. Reconhecemos as limitações e dificuldades presentes nessa realidade e sabemos como o tratamento precoce é crucial para esses pacientes.
Nossos projetos visam eliminar essas barreiras, levando serviços de tratamento de dor às nossas cidades natais, em Minas Gerais, Pará e Ceará. Embora seja um projeto embrionário, estamos confiantes de que eles se desenvolverão positivamente e proporcionarão ajuda significativa aos pacientes.
É gratificante saber que posso oferecer um serviço único que pode realmente melhorar a qualidade de vida de alguém, especialmente quando eles sentem que suas opções de tratamento anteriores se esgotaram.
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