Entrevista exclusiva com Thiago Freitas sócio e co-fundador do EJA Brasil EAD, referência em supletivo a distância online. A escola virtual está no mercado há 3 anos e já viabilizou o acesso à conclusão dos estudos para mais de 9900 alunos.

Entrevista exclusiva com Thiago Freitas sócio e co-fundador do EJA Brasil EAD, referência em supletivo a distância online. A escola virtual está no mercado há 3 anos e já viabilizou o acesso à conclusão dos estudos para mais de 9900 alunos.

Revista Empresários – Quando você começou essa jornada? O que te fez apostar nesse mercado?

Thiago Freitas  – Iniciamos o projeto durante a pandemia, onde não era possível oferecer a conclusão dos estudos ao aluno pois as escolas estavam fechadas, eu sempre tive convicção que o EAD veio para ficar, então quando tudo fechou, resolvemos apostar nessa modalidade.

Revista Empresários – Os índices de conclusão dos ensinos fundamental e médio melhoraram ou pioraram. O que você atribui à essa estatística?

Thiago Freitas  – Pioraram, a pandemia fez a evasão escolar disparar, por mais que existam possibilidades para o ensino EJA a distância, o grande público não sabe que existe e por consequência acaba não procurando.

Revista Empresários  – Há uma discrepância no acesso à educação do norte ao sul do país, especificamente comparando Nordeste e Sudeste. Explique.

Thiago Freitas  – Sim, no sudeste o mercado de trabalho é mais sofisticado e exige maiores qualificações, portanto toda a estrutura educacional é beneficiada por isso. As pessoas conseguem notar mais facilmente que precisam ir atrás de qualificações e educação para prosperar.

Já no nordeste essa questão não é notada, pois o mercado de trabalho exige menos qualificação e é menos sofisticado, consequentemente acabam não procurando se especializar.

Revista Empresários  – Qual o diferencial do seu curso? Todos podem fazer? Qual a faixa etária que mais procura?

Thiago Freitas  – O diferencial é que eles assistem às aulas totalmente online, portanto consegue encaixar os horários em sua rotina corrida, não precisando ter o compromisso de ir à escola todos os dias. Todos os maiores de 18 anos podem cursar, e nossa maior faixa etária é de 18 a 30 anos.

Revista Empresários  – Quais os motivos que você atribui a evasão escolar e por qual motivo as pessoas desejam concluir o ensino básico obrigatório?

Thiago Freitas  – Aqui podemos listar vários deles, mas listo aqui o top 3:

  • Precisar ajudar financeiramente em casa

 A evasão escolar está totalmente ligada a renda das famílias, quanto maior a renda menor a evasão.

Ela é imensamente maior nas famílias de classe D e E, exatamente porque é necessário ajudar com as despesas de casa, então o aluno abandona a escola para trabalhar pois é a necessidade do momento.

  • Falta de perspectiva

A escola não consegue transmitir ao aluno que tem papel relevante em seu futuro, professores faltando ou ruins e não entender a matéria são pontos principais, a sensação do aluno é a de perda de tempo ao ir a escola, então na primeira oportunidade ele deixa para ir fazer outra coisa.

  • Abusos no ambiente educacional

Hostilidade, bullying e brigas, esse também é um fator importante para a evasão.

As principais pessoas que sofrem esses abusos são: adolescentes grávidas, homossexuais e jovens com alguma necessidade especial.

As pessoas desejam terminar porque é a única forma que veem para um futuro melhor, as vagas de emprego para essas pessoas são todas do tipo operacionais e pagam baixos salários.

Portanto, cursar uma faculdade ou conseguir uma profissão, é além de um sonho a ser realizado, um requisito para uma vida mais confortável.

Revista Empresários  – Como políticas públicas poderiam contribuir para viabilizar o acesso e a conclusão dos ensinos em seu período escolar regular?

Thiago Freitas  – Neste ponto é necessária uma reestruturação total na educação brasileira, aqui vários pontos precisam ser abordados e é um tema totalmente complexo. Mas de maneira geral o estudante precisa perceber que a escola é ponto importante em sua vida e que sem o futuro será mais difícil.

Mas existem alguns pontos que poderiam ser melhorados mais rapidamente:

1 – Maior flexibilidade de horário para a conclusão do ensino médio

2 – Regulamentação e incentivo ao ensino híbrido ou EAD

3 – Incentivos e parcerias com a iniciativa privada para especialização junto com o ensino médio.

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