Dislexia afeta 8 milhões no Brasil e a luz elétrica certa pode facilitar o aprendizado
No mês de conscientização sobre a dislexia, especialista em iluminação saudável explica como o tipo de luz pode impactar o foco, o bem-estar e a autoestima de quem enfrenta o transtorno
Novembro é o mês de conscientização sobre a dislexia, uma condição que atinge cerca de 8 milhões de brasileiros — o equivalente a 5% da população, segundo estimativas do Ministério da Saúde e da Associação Brasileira de Dislexia. Geralmente identificada entre os 5 e 7 anos de idade, quando a alfabetização começa, a dislexia se manifesta por dificuldades na leitura, na escrita e na associação de sons às letras, mas não compromete a inteligência nem o potencial de aprendizado. Apesar de comum, o transtorno ainda é cercado por desinformação e pode gerar impactos emocionais e sociais, especialmente em ambientes pouco adaptados às necessidades de quem convive com ele.
O que nem todos sabem é que a iluminação pode se tornar uma aliada importante nesse processo. De acordo com Adriana Tedesco, especialista em Iluminação Saudável, o tipo de luz elétrica ao qual a pessoa está exposta pode influenciar diretamente a concentração, o conforto e até a autoestima. “A iluminação projetada de forma adaptativa pode contribuir para aumentar o bem-estar e a concentração de pessoas com dislexia. Respeitar as necessidades dos usuários é essencial para o desenvolvimento de um projeto de iluminação mais assertivo, pois a luz adaptativa atenderá especificamente as maiores dificuldades das condições que caracterizam cérebros neuroatípicos”, explica.
Segundo Adriana, pequenos ajustes na luz já fazem grande diferença. “O objetivo principal é aumentar a intensidade luminosa na temperatura de cor mais branca, para ajudar no foco e na concentração. Também é importante diminuir contrastes e ofuscamentos causados pela luz, dar preferência à iluminação difusa e uniforme e permitir o ajuste tanto da temperatura de cor quanto da intensidade, para que o próprio usuário possa escolher seu cenário de acordo com as atividades exercidas”, orienta.
A especialista ressalta a importância de valorizar a luz natural, que tem um papel fundamental no equilíbrio emocional. “Ela deve ser mais explorada, abrindo possibilidades para que esteja presente nos espaços. A luz elétrica atua como coadjuvante em locais que aproveitam bem a luz natural e como protagonista quando há carência dela. Ambas, quando bem projetadas, contribuem para a regulação do humor e a produção de serotonina, melhorando o equilíbrio geral do organismo”, afirma.
Durante momentos de leitura e estudo, Adriana recomenda luzes mais brancas e intensas, como as de 4000K, aplicadas de forma difusa e uniforme. Além de favorecer o desempenho visual e cognitivo, ela explica que a iluminação saudável tem impacto direto na saúde integral. “Quando projetada de forma dinâmica, simulando a rota do sol ao longo do dia, e adaptativa, respeitando as necessidades de cada pessoa, a luz elétrica contribui para o equilíbrio dos biorritmos e promove mais tranquilidade e autoestima”, completa.
Por fim, a especialista alerta para um detalhe técnico importante: pessoas com dislexia e outros cérebros neuroatípicos são mais sensíveis ao flicker dos LEDs — o leve pulsar da luz, imperceptível para muitos, mas incômodo para alguns. “É essencial utilizar luminárias que atendam a protocolos de saúde. Somente um bom Lighting Designer, conhecedor desses aspectos, poderá avaliar corretamente os produtos seguros a serem usados em um projeto de iluminação”, reforça Adriana.
Em um mês voltado à conscientização e ao acolhimento, o lembrete é simples, mas poderoso: a luz certa pode iluminar muito mais do que um ambiente — pode transformar a experiência de aprendizado e o bem-estar de milhões de pessoas.
Sobre Adriana Tedesco
Adriana Tedesco tem como missão projetar ambientes luminosos saudáveis, trazendo experiências da natureza para dentro de nossos espaços, permitindo que o corpo humano reconheça e se sincronize com os ciclos naturais. Seu trabalho visa proporcionar bem-estar e qualidade de vida, transformando a iluminação em uma ferramenta de cura e reconexão com a própria essência. Ela é titular do Studio Guido Projetos de Iluminação Integrativa, referência no setor, onde lidera o desenvolvimento de projetos que aliam luz e saúde. Seu escritório é um dos poucos especializados nessa abordagem inovadora, que considera os impactos da iluminação no ser humano.
Adriana iniciou sua trajetória na arte e no design desde a infância, influenciada por sua família e amigos. Aos 18 anos, formou-se em Educação Artística e licenciatura em Artes Cênicas, especializando-se posteriormente na Itália, onde teve contato com fábricas renomadas e participou, por 13 anos consecutivos, dos maiores eventos internacionais de tecnologia e design em Frankfurt e Milão. Ela se aprofundou nos impactos da luz artificial na saúde e no comportamento humano, especializando-se em Lighting Design com foco em neurociência e bem-estar. É pós-graduada em Naturopatia, capacitada em Neuroiluminação pelo Instituto Poli Design de Milão e possui MBA em Neuroarquitetura e Iluminação pelo Instituto Franklin Covey.
Como especialista em design biofílico, Adriana une diferentes áreas do conhecimento para criar uma metodologia própria na projeção da iluminação nos ambientes construídos. Sua abordagem humanizada coloca as pessoas no centro dos projetos, minimizando os impactos negativos da luz artificial e promovendo um ambiente mais harmônico e equilibrado. O Studio Guido Projetos de Iluminação Integrativa está localizado na Rua Guaiaó, 66 – sala 809 – Praiamar Corporate – Santos – SP. Telefone: (13) 3234-3445.

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