Tecnologia vestível transforma a forma de cuidar do coração
Como relógios e pulseiras inteligentes ajudam na prevenção e monitoramento de doenças cardiovasculares
Os dispositivos vestíveis, como smartwatches e pulseiras inteligentes, vêm se tornando aliados importantes na prevenção e no acompanhamento da saúde do coração. Eles oferecem monitoramento contínuo da frequência cardíaca, avaliação do sono, alertas de ritmo irregular e estímulo à atividade física, permitindo que o usuário se envolva mais com seu próprio cuidado.
De acordo com uma pesquisa recente da Cisco AppDynamics, 33% dos brasileiros já utilizam pelo menos um dispositivo de tecnologia de saúde vestível. Além disso, 86% afirmam que pretendem adotar essa tecnologia nos próximos 12 meses, 89% planejam utilizá-la para gerenciar condições crônicas ou contínuas de saúde e 78% dizem que se tornaram mais dependentes da tecnologia para lidar com questões médicas. A tendência acompanha o cenário global: segundo dados da Deloitte, o mercado mundial de dispositivos de saúde vestíveis deve atingir bilhões de dólares até 2026.
Segundo a cardiologista Fernanda Douradinho, “os dispositivos vestíveis são ótimos aliados na prevenção e no rastreamento, mas não substituem o cardiologista. Use a tecnologia a seu favor, com consciência e acompanhamento profissional.”
Entre os principais benefícios, estão a detecção precoce de arritmias como a fibrilação atrial, o incentivo à prática regular de exercícios e a observação de padrões de sono e estresse, fatores que impactam diretamente a saúde cardiovascular. Contudo, a especialista alerta para limitações importantes: “Os vestíveis não substituem avaliação médica. Os dados são estimativas, e não diagnósticos. Podem gerar falsos positivos e devem ser usados como ferramenta de triagem, jamais de diagnóstico isolado.”
A cardiologista também desmistifica alguns equívocos comuns:
Mito: “Os vestíveis podem substituir exames médicos, como o eletrocardiograma.”
Eles servem apenas como ferramenta de rastreamento.
Mito: “É verdade que eles conseguem detectar um infarto em andamento.”
Não identificam isquemia ou alterações típicas do ECG de infarto.
Mito com um toque de verdade: “Usar esses aparelhos melhora diretamente a saúde do coração.”
O efeito real é motivar hábitos mais saudáveis, como maior atividade física e controle do estresse.
Douradinho reforça que os dispositivos vestíveis são úteis tanto para prevenção quanto para quem já apresenta problemas cardíacos. “A tecnologia e a medicina caminham juntas, mas quem cuida do seu coração de verdade é você, com acompanhamento profissional”, conclui.
Serviço:
- Consulte sempre um cardiologista antes de interpretar dados de dispositivos vestíveis.
- Dispositivos recomendados: smartwatches e pulseiras com função de monitoramento cardíaco e ECG validado clinicamente.
Sobre Fernanda Douradinho
Fernanda Douradinho da Rocha Silva é médica cardiologista, formada em 2007 pela Faculdade de Ciências Médicas de Santos (Centro Universitário Lusíadas). Realizou residência em Clínica Médica (2008–2010) e Cardiologia (2010–2012) no Hospital Ana Costa, em Santos.
Possui título de especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia desde 2013. Atualmente, atua como médica diarista nas Unidades de Terapia Intensiva de Cardiologia do Hospital Ana Costa e do Hospital Guilherme Álvaro, professora da disciplina de Urgência e Emergência da Faculdade de Medicina da UNAERP e mantém seu consultório de cardiologia na Av. Ana Costa, em Santos.

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