“Sobra de energia” acaba em 2025. Os mineradores estão atentos.- Por: Ivo Augusto de Abreu Pugnaloni é engenheiro eletricista é foi diretor de planejamento da COPEL e diretor presidente da COPEL DISTRIBUIÇÃO, do Instituto Estratégico do Setor Elétrico (ILUMINA), fundador e primeiro presidente da ABRAPCH, associação brasileira de pequenas hidrelétricas, secretário adjunto de transportes de Curitiba, membro do Conselho Estadual de Ciência e Tecnologia do Paraná. professor do Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná. Hoje Ivo é o presidente da ENERCONS Consultoria em Energias Renováveis.
Contratos de uma Itaipu de 14.300 MW, mas gerados por termelétricas se encerram em 2025. Existirá uma razão para ninguém no governo falar nisso? E os mineradores? Precisarão continuar a usar óleo diesel para poder minerar riquezas de forma lucrativa, mas insustentável?
(DA REDAÇÃO)
Acabada a folia da tal “sobra de energia no Brasil” a verdade é que segundo a Empresa de Pesquisa Energética, já em julho de 2025 os contratos das termelétricas firmados nas duas décadas passadas começam a vencer. E vai faltar energia, pois vai ser uma falta equivalente ao desligamento total das 18 turbinas de Itaipu: 14.300 MW
Algo igual ao que vimos acontecer em 1998, quando Fernando Henrique Cardoso e seu ministro Rodolpho Tourinho Neto não ouviram especialistas lhes avisaram com insistência. Nomes como Luiz Pinguelli Rosa, Ildo Sauer e Roberto D’Araújo que éramos diretores do Instituto Ilumina de Estudos Estratégicos do Setor Elétrico, dissemos isso várias vezes. Por escrito e pessoalmente.
Nada, no entanto, os convenceu a retomar os investimentos na fonte mais barata, 100% nacional e ambientalmente mais limpa que é a hidrelétrica. Eles eram entusiastas da “termificação”, fãs da dependência e da globalização. E não apenas vetaram a construção de novas hidrelétricas mas, obedecendo ao lobby das termelétricas fósseis formado por Sarney, Suarez (o rei do gás) e os Batistas, conseguiram a façanha de não conseguir construir a tempo nem mesmo essas usinas térmicas que produzem energia 10 vezes mais cara.
Assim, jogaram o Brasil no maior apagão já ocorrido no mundo em tempo de paz, que derrubou o nosso PIB de 4,5% em 2000 para 1,5% em 2001.Afinal por que alguém podendo decidir, iria pensar em usar água nacional para gerar energia elétrica em vez de caríssimos combustíveis importados, que pagam impostos, seguro, frete e comissões, não é?
Hoje, repetindo o cenário, apenas 12 meses antes da próxima falta de energia que já está prevista é que a EPE sai do seu silêncio sepulcral e nos informa que “vai faltar energia em 2025”.
Para o engenheiro Ivo Pugnaloni, diretor da ENERCONS Consultoria em Energia Renovável (www.enercons.com.br) , “a EPE diz isso com a maior naturalidade, depois de silenciar por mais de três anos sem desmentir o sensacionalismo de ministros e políticos que mais uma vez, juravam por todos os santos que a energia está sobrando”.
Foi pensando nessa situação de falta de energia, de aumento das tarifas e “corpo-mole” das distribuidoras para ligar placas solares que não funcionam à noite que a ENERCONS desenvolveu a Ek75, primeira hidrelétrica padronizada do Brasil para ser instalada em locais com no mínimo 5 metros de queda total, disse Pugnaloni, que dirige a empresa paranaense, ex-diretor presidente da COPEL DISTRIBUIÇÃO e da associação brasileira de pequenas hidrelétricas.
“Por isso mesmo, já se observa no setor de mineração e de beneficiamento de minerais, uma procura muito maior por usinas hidrelétricas de micro, mini e pequeno porte, que possam ser instaladas nos rios que existem junto às suas jazidas, em pouco tempo e com muito menores exigências ambientais, devido à sua menor potência, completou.
“Para consertar a trapalhada, a EPE e o ministério preparam o cenário da peça de teatro que vai resultar na contratação de termelétricas mesmo usadas, por R$ 2.700,00/MWh em vez de hidrelétricas por R$ 270,00/MWh”.
Tudo devido à sua própria falha em não tomar providências anteriormente com a construção de novas hidrelétricas de todos os portes que operem normalmente à noite. disparou o especialista.
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