Focado no combate ao desperdício de alimentos, Mercado Único conclui rodada de captação de investimentos

Focado no combate ao desperdício de alimentos, Mercado Único conclui rodada de captação de investimentos

Plataforma B2B utiliza dados e Inteligência Artificial para otimizar o gerenciamento e as vendas do excedente de estoque das indústrias

 O Mercado Único trabalha para reduzir a perda de alimentos e bebidas. Sua plataforma conecta indústrias e compradores em busca de oportunidades, ofertando produtos com data curta de validade ou com defeitos estéticos, com descontos.

O excedente de estoque da indústria, via de regra, é descartado. Assim, o fornecedor além de não obter a receita esperada, ainda amarga com o custo extra do descarte. Por outro lado, existem empresas como mercados, distribuidores e hotéis, com potencial de comercializar estes itens. O Mercado Único atua justamente nesta ponte entre fornecedores e compradores, evitando o desperdício e gerando oportunidades.

Através do uso de dados e IA, a plataforma segue diversos critérios comerciais pré-determinados pelas indústrias, evitando a canabalização de canais ou a depreciação das marcas. Bem como, consegue fazer o match ideal entre os produtos disponíveis e as empresas com maior potencial de compra.

O Mercado Único recebeu o aporte de investidores estratégicos em sua rodada Pré-Seed, dentre eles está uma das principais aceleradoras do mundo, a americana TechStars, que conta com um portfólio superior a U$100 bilhões. O Mercado Único foi a única empresa brasileira selecionada para o atual programa de aceleração que acontece em Los Angeles e é financiado pelo renomado banco JP Morgan.

A rodada também contou com a aceleradora brasileira Strive, fundada por Tiago Gali, co-fundador do C6 Bank, e por Eduardo Casarini, fundador da Flores Online (adquirida pela companhia listada na Nasdaq, 1-800flowers.com). Bem como, investidores anjos relevantes também participaram, como Paulo Pellon, atual Vice-Presidente (VP) de Supply-Chain Transformation da Kraft Heinz e ex-VP de Supply Chain da AB Inbev. Marcel Abe, atual Managing Director do fundo Tivio Capital, e ex-VP do Bank of America. E Victor Favaro, Head Latam da multinacional Holandesa Agiboo.

Os fundadores do Mercado Único, Leonardo Mencarini (CEO) e Lucas Rolim (CTO) conheceram-se em 2022, na Universidade de Stanford, na Califórnia, quando cursaram juntos um programa de Educação Executiva. Leonardo é formado em Direito, com MBA pela FGV. Anteriormente, fundou e foi CEO da marca de vinhos Veroni, vendendo a empresa em novembro de 2021. Lucas é graduado e mestre em engenharia da computação pela UFRJ, com especialização na área de dados e Inteligência Artificial. Rolim teve passagens pelo CERN (Centro de Pesquisa Nuclear Europeu) e ocupou cargos de diretoria em relevantes companhias de tecnologia no Brasil.

De acordo com Leonardo Mencarini: “Ainda mais importante do que a entrada de capital, é poder contar com investidores qualificados que irão contribuir para o aprimoramento e expansão do Mercado Único. Nosso foco é ser uma solução completa para a indústria no que tange ao excedente de inventário. Auxiliando na estratégia de precificação, previsão de demanda e comercialização das mercadorias.”

A ONU estima que aproximadamente 10% das emissões globais de gases de efeito estufa (GEE) estão associadas a alimentos que não são consumidos. Além disso, a estimativa anual de desperdício alimentício no Brasil gira em torno de 41 milhões de toneladas, de acordo com o World Resources Institute (WRI).

“Todos os modelos estatísticos para planejamento de estoque tem uma margem de erro. Especialmente na indústria de alimentos, esse número pode variar de 2% a 8%, representando bilhões de reais em prejuízo. Muitas vezes, essa situação é inesperada pela indústria e os itens são de difícil absorção pelos canais tradicionais”, comenta Lucas Rolim.

Outro aspecto relevante da solução é possibilitar a experimentação de itens mais premium, muitas vezes inacessíveis para a população de baixa renda. Os produtos são comercializados com descontos para o mercado, apresentando preços mais baixos nas gôndolas, facilitando a compra desses itens pelas classes menos favorecidas. Gerar a experimentação é interessante para todos, a indústria desbloqueia um novo consumidor que pode tornar-se um cliente recorrente, o mercado gera receita através da venda do produto e o cliente final tem acesso a itens de qualidade com preços mais atrativos.”

O Mercado Único já atua com algumas das maiores indústrias de alimentos do Brasil e já conta com centenas de compradores cadastrados nas regiões do DF, GO, SP, RJ e em expansão para a região Sul. A projeção para 2024 é salvar 600 mil quilos de alimentos. Já em 2025, a meta é intermediar R$ 50 milhões em vendas.

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