Consumo de bebidas adoçadas artificialmente está associado ao aumento de diabetes no Brasil; nutricionista alerta para outros males
Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Federal de Rio Grande (FURG), Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Universidade Vale do Rio Doce (Univale) e da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc), revelou que mais de 100 mil novos casos anuais de Diabetes Mellitus no Brasil poderiam ser evitados se o consumo de refrigerantes e sucos diet, light ou zero fosse eliminado. Isabela Limaverde Gomes, professora do curso de Nutrição do Centro Universitário Fametro (Unifametro), alerta para outros males que essas bebidas podem causar.
De acordo com Isabela, os refrigerantes e as demais bebidas artificiais possuem grandes quantidades de açúcar na composição, além de conservantes, corantes e acidulantes que não são facilmente absorvidos pelo organismo e podem contribuir para o desenvolvimento de diversas doenças, além da diabetes.
“Os refrigerantes contém outros componentes que podem ser prejudiciais à saúde, tais como o sódio em excesso e caramelo 4 nas bebidas à base de cola. As versões diet ainda podem conter adoçantes artificiais em excesso, aspartame, por exemplo”, exemplifica a nutricionista.
O estudo dos pesquisadores da Unicamp, FURG, UFPel, Univale e da Unoesc analisou a relação entre o consumo de bebidas adoçadas artificialmente e a prevalência de diabetes na população brasileira, a partir de dados de mais de 757 mil adultos de 2006 a 2020 do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde. A análise comparou dados de pessoas que consumiam refrigerante normal, refrigerante diet, light e zero, e também pessoas que não consumiam nenhum destes produtos.
Segundo a pesquisa, a taxa de crescimento anual da doença foi quatro vezes maior entre o público consumidor de bebidas adoçadas artificialmente, como refrigerantes e sucos artificiais, enquanto quem não consome esses produtos teve um crescimento estável. A estimativa é de que 120 mil (40%) dos 300 mil novos casos de diabetes registrados por ano sejam relativos a quem consome essas bebidas.
Dentre os males que alguns componentes podem causar ao corpo, Isabela cita a hipertensão, pelo excesso de sódio na composição, além de reações alérgicas a corantes e conservantes. “Alguns estudos também demonstram uma relação entre o alto consumo desses produtos ultraprocessados com a possibilidade do desenvolvimento de doenças degenerativas, como Parkinson e Alzheimer”, alerta a especialista.
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