Revolution, fundo VC que acaba de investir na PayFace, prepara aporte de R$ 10 milhões em uma fintech de agro
O Revolution, fundo de venture capital especializado da gestora Oasis Ventures (novo nome da Volt Partners Investimentos), prepara sua quinta investida. “Estamos em fase de due diligence de uma fintech do agronegócio, onde pretendemos aportar R$ 10 milhões”, disse a Fintechs Brasil Marcelo Peano, fundador e um dos sócios da Oasis (junto com Jader Rossetto e Márcia Mello). Em março de 2021, Peano revelou em primeira mão para o portal que o fundo estava no forno e queria levantar R$ 200 milhões. Desde 2022, o Revolution já investiu R$ 35 milhões na O-Live (healthtech), Zmatch (mobilidade urbana com energia verde), Fintalk (IA pra Fintechs) e agora na catarinense Payface.
A Volt foi fundada em 2010 por Peano e Henrique Faria, que agora ficou com o outro sócio, Jair Ohno, somente no negócio de assessoria em fusões e aquisições (M&A) – este segue com a marca Volt Partners. Além do Revolution, outro fundo de sucesso da gestora é o Pier 18, que realizou quatro investimentos nos EUA, o maior na empresa de realidade aumentada Magnopus e na Usend – a fintech vendida para o Inter em 2021, trazendo um retorno de 100%.
A entrada do Revolution na extensão da série A de R$ 45 milhões da Payface, liderada pelo BTG, foi comemorada pela fintech pela grande experiência e reputação dos três sócios. Economista, com MBA pela Chicago University, Peano foi sócio da Utor Investimentos com Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira antes da fusão com a GP Investimentos; e foi vice presidente da área de derivativos do JP Morgan. Rossetto foi sócio de grandes agências de publicidade, ganhou diversos prêmios internacionais e criou campanhas icônicas, como Itaú Digital e Desbancarize, da XP.
Com experiência de mais de 27 anos no mercado de meios de pagamento, Marcia teve passagens pela Cielo, Elavon e Global Payments, onde foi CEO, além de ser conselheira independente da PagSeguro, Letsbank, Leo Madeiras e do banco Interbank, no Peru. Agora, fará parte do Conselho da Payface, ao lado de executivos como Roberto Medeiros (ex-CEO da Rede e Multiplus), Roberto Nishikawa (ex-Presidente da Corretora do Itaú) e Wagner Aguado (ex-Presidente da Bradesco Cartões).
Contribuição estratégica
“O Revolution chega com uma contribuição estratégica e qualificada, além do investimento primário em ações da empresa”, acredita Eládio Isoppo, CEO e cofundador da Payface. “O histórico dos sócios gestores do fundo vai nos auxiliar na consolidação do nosso plano estratégico que, em breve, também passará a contar com crescimento inorgânico”, completa.
A rodada teve ainda a participação do multifamily office Oikos e da HiPartners, venture capital focado em retail tech. Os recursos serão utilizados para sustentar os planos de crescimento orgânico da Payface, com entrada em novas verticais do varejo e o desenvolvimento de novos produtos, e o crescimento inorgânico, com eventuais aquisições de players do setor ou de áreas complementares.
“De fato, a atuação da Payface, inclusive seu modelo de negócio e perspectivas de expansão da operação, mostraram total aderência com a tese de investimento do Revolution. Mais do que o investimento financeiro, vamos atuar de forma bastante próxima, ao lado dos líderes da empresa”, diz Marcia. “Quando fundamos a Volt e o Revolution, já pensamos no conceito smart money. Nosso desafio é desenvolver e acelerar as empresas não somente com o dinheiro, mas, inclusive, com senioridade e consultoria para a gestão. Até agora, esta aposta tem dado muito certo”, complementa Peano.
“Há algum tempo, temos acompanhado o setor das fintechs no mundo todo, sempre à procura de empresas que apresentem maturidade em seus modelos de negócios e gestão, além de potencial disruptivo. Sabemos que pagamento com rosto é uma tecnologia com bastante espaço e com uma gigantesca perspectiva de crescimento de demanda, principalmente em um varejo com as características de um país tão amplo em extensão territorial, como o Brasil”, diz Rossetto.
PIXFace
Fundada em 2018, a Payface opera pagamento por reconhecimento facial em parceria com uma bandeira de cartão de crédito (a Mastercard) e acumula crescimento anualizado de quase 400% desde 2021, segundo nota enviada a jornalistas. A projeção é fechar o ano de 2023 integrada a dois mil PDVs, com capacidade para atender cerca de 2,4 milhões de consumidores mensais.
Adicionalmente à expansão da sua atuação para novas verticais além do varejo alimentar, como os setores de postos de combustíveis e redes de farmácias, a Payface trabalha no lançamento de novos produtos, como o “Pixface”, que permitirá que o usuário faça uma operação de PIX usando apenas o rosto como identificação.
Entre os clientes da Payface estão as redes supermercadistas St Marché, Zona Sul e Prezunic do Grupo Cencosud. Segundo a fintech, sua solução está integrada com todo o ecossistema de pagamentos — desde bandeiras de cartões de crédito de arranjo aberto e private labels (cartões de varejistas), wallets (carteiras virtuais), emissores, adquirentes e subadquirentes, oferecendo uma solução de implantação relativamente rápida se comparada à média do mercado. Atualmente, a empresa conta com mais de 80 colaboradores em todo o Brasil .
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