Como aplicar a mentalidade ágil no mundo corporativo – Por : Shirley Fernandes é sócia-diretora da N1 IT, empresa do Grupo Stefanini. A autora recebeu os prêmios ‘Líder que sabe lidar’ e ‘Leader Woman Cloud of the Year’, em 2021 e 2022, respectivamente.

Como aplicar a mentalidade ágil no mundo corporativo – Por : Shirley Fernandes é sócia-diretora da N1 IT, empresa do Grupo Stefanini. A autora recebeu os prêmios ‘Líder que sabe lidar’ e ‘Leader Woman Cloud of the Year’, em 2021 e 2022, respectivamente.

Vale ressaltar que a produtividade e a alta performance têm sua origem na organizaçao mental das pessoas e na coordenação de forma ágil e aderente

Ao olharmos por um prisma tecnológico, nunca vivemos em uma época com tantas ferramentas e recursos disponíveis de forma tão fácil como neste século e, de forma mais acentuada, especificamente, nos últimos 10 anos. Olhando para o prisma das possibilidades de criação, o mundo nunca esteve tão aberto para esta conexão de pessoas e empresas ao criarem juntas soluções dentro do conceito “anywhere” (em qualquer lugar, em livre tradução).

Quando olhamos para uma perspectiva de formas de aquisição de conhecimento, jamais vivemos com tanta flexibilidade. Cursos extremamente consistentes de instituições tradicionais com professores bastante qualificados estão à um clique de distância de plataformas digitais interativas. E quando tratamos de possibilidades de trabalho, vivemos em uma época em que as demandas estão cada vez maiores.

O mundo corporativo está sedento por profissionais especializados e com habilidades bem desenvolvidas. Costumo dizer que o mundo corporativo está extremamente abundante em demandas, porém, de forma paradoxal, infelizmente está escasso em muitos segmentos e também com escassez de pessoas que absorvam com excelência estas demandas. E aí surge uma pergunta, muitas vezes silenciosa, algumas de forma enérgica e outras vezes em um viés reflexivo, principalmente dos líderes e empreendedores: O que falta ao mundo dos negócios para deslanchar ainda mais?

Por tudo o que temos, não precisaríamos nem colocar no nosso rodmap estratégico a possibilidade de uma crise, comparando os recursos e possibilidades deste século com o passado. Na teoria, não necessitaríamos nos preocupar com o crescimento e a busca de oportunidades. Mas a realidade é bem diferente.

De um lado, temos um mercado promissor e sedento por inovação, e de outro lado, uma escassez de ‘como’ operacionalizar tudo isso de forma síncrona e eficaz atendendo on time essas demandas.

Interessante é que as pesquisas, que buscam explicar e responder tais questionamentos, apontam que a falta de profissionais com a mentalidade de crescimento e inovação, ou seja, um mindset ágil conectado com o novo mundo, é um dos maiores bloqueadores que impedem as empresas e organizações de crescerem em seus mais variados setores. Existe uma escassez de capacitação das pessoas moldada às novas necessidades, que nos coloca em um paradigma desafiador de oportunidades versus aproveitamento.

Desta forma, temos aí um enorme desafio decorrente das evoluções tecnológicas, do “mundo da máquina”, desalinhado com a evolução da mentalidade humana. Pois, de um lado temos um grupo de líderes e empreendedores desenvolvendo e criando soluções incríveis para uma maior produtividade e expansão de seus negócios e, por outro lado, uma escassez de talentos para dar conta com excelência destas demandas.

Mas, afinal o que é talento?

Segundo Angela Duckworth, neurocientista da universidade de Oxford, doutora em Psicologia, o segredo para as realizações incríveis e alta produtividade não é o talento, mas uma mistura de paixão e perseverança que ela chama de “garra”: a capacidade de perseverar e produzir resultados além do puro talento.

Garra é o resultado externo do conjunto de habilidades e mentalidade de nosso mundo interno.

Para o economista Pio Martins, a dificuldade está na falta de produtividade do brasileiro como um grande impedimento para o desenvolvimento do país. Produtividade e alta performance têm a origem na organizaçao mental das pessoas e na coordenação de forma ágil e aderente.

Uma reflexão que proponho neste artigo aos leitores é que independente do papel que assumimos, seja em liderança ou como liderado, nos observarmos ainda mais e nos autoavaliarmos de forma intencional o quanto amamos realmente o que fazemos, o quanto estamos empenhados em errar e perseverar, o quanto sabemos o real propósito do nosso trabalho e das nossas entregas. E, por fim, o quanto realmente estamos dispostos em mudarmos a forma como pensamos.

Esta análise nos colocará como profissionais ainda mais conscientes. E somente a consciência nos coloca na imersão total da produtividade e, desta forma, entramos na atração das oportunidades que estão espalhadas. Assim, como um imã, elas serão ainda mais concatenadas e conectadas com pessoas com o chamado GRIT (sigla em inglês, que significa garra, força de vontade e determinação), ou seja, com energia voltada para crescer muito e contribuir ainda mais.

E com estes insumos eu começo a rascunhar o que falta no mundo corporativo para ele deslanchar ainda mais. Falta este alinhamento interno com a avalanche e novas demandas deste mundo externo. É uma mudança de mentalidade que no papel é fácil de elencar, mas na prática exige muito mais de nós, pessoas, frente à uma aceleração e transformação nunca vista no nosso mundo externo e dentro de nós ainda “gritando” nossa bagagem cultural e empírica.

O poder está na mente ágil, flexível e inclusiva.

Por mais profissionais que amam o que fazem, que tenham essa garra em suas entregas com propósito e muita resiliência nesta jornada de mudança para uma mentalidade ágil e de crescimento.

Como diz Steve Jobs em uma reflexão: “seu trabalho vai preencher uma parte grande da sua vida, e a única maneira de ficar realmente satisfeito é fazer o que você acredita ser um ótimo trabalho. E a única maneira de fazer um excelente trabalho é amar o que você faz”.

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