Gastos mundiais com TI deverão crescer 5,1% em 2023, aponta Gartner
O montante gasto em diversas áreas da Tecnologia da Informação deverá alcançar US$ 4,6 trilhões em 2023. A área continua como uma das mais promissoras para quem quer trabalhar no ramo
À medida que o profissional se insere em um ambiente corporativo, além do conhecimento técnico, algumas outras habilidades começam a ser demandadas no dia a dia
A demanda por Tecnologia da Informação em 2023 deve ser forte, à medida que as empresas avançam com iniciativas de negócios digitais em resposta à turbulência econômica dos últimos anos. Essa é a análise da consultoria Gartner, que aposta em gastos de US$ 4,6 trilhões com TI no próximo ano. O montante representa um crescimento de 5,1% em relação aos gastos de 2022.
Segundo a análise da consultoria, a crise econômica não atingiu os investimentos de empresas em TI. Ainda que haja diminuição de gastos em algumas áreas, há aumento em outras. É o caso dos gastos nos mercados de data certers, que são suficientes para manter os locais existentes. No entanto, novos gastos continuaram a mudar para opções em nuvem, evidenciado pelo crescimento projetado de 11,3% para gastos com software em 2023.
Em segundo lugar em projeções de investimentos para o próximo ano está o setor de serviços em TI, com aumento de 7,9%. A previsão é otimista para profissionais da área ou quem quer ingressar na carreira. Com uma experiência de 24 anos na área de Tecnologia da Informação, Marcos Eduardo Rampazo explica que quem atuar nesse campo deve estar atento às exigências técnicas que as várias subáreas de TI exigem.
“As empresas quando buscam profissionais, muitas vezes colocam uma lista de requisitos de conhecimentos técnicos para contratação. E, realmente, o conhecimento técnico é extremamente importante, pois é o que efetivamente faz ‘as coisas andarem’, problemas serem solucionados e ambiente dos clientes e da própria empresa funcionando como se deve”, diz, acrescentando que “também há uma quantidade enorme de tecnologias e cursos que surgem a todo momento, graças à crescente demanda de serviços e aplicativos utilizados no dia a dia das organizações e da própria profissão”.
Aliado à formação técnica, ele ressalta que outras habilidades também são importantes para crescer nesse segmento. “À medida que o profissional se insere em um ambiente corporativo, além do conhecimento técnico, algumas outras habilidades começam a ser demandadas no dia a dia. Comunicação, capacidade de entender um contexto do cliente e da própria empresa empregadora, trabalho em equipe, saber ouvir ativamente, empatia, entre outras. A lista é grande e, muitas vezes, é tão ou maior que a própria lista técnica” ressalta.
Segundo Rampazo, a combinação dessas duas características – técnicas e pessoais – são as que têm guiado a contratação de profissionais de TI. “O profissional de TI há muito tempo deixou de ser aquela pessoa ‘presa’ dentro de um CPD (Centro de Processamento de Dados), sem falar com ninguém e apenas programando. Todas as habilidades pessoais citadas são cada vez mais exigidas, e bem-vindas, nas empresas para o bom andamento de todo um ambiente, para o sucesso da organização, dos clientes e do próprio profissional”, aponta.
Contratação de serviços ou montar setor de TI: que características são exigidas do profissional?
Empresas que costumam analisar vantagens e desvantagens da contratação de serviços de TI terceirizados ou estruturação de um setor próprio têm a combinação de características técnicas e pessoais como critérios que pesam na decisão. Segundo Marcos Eduardo Rampazo, seja qual for a decisão que uma empresa tomar com relação ao que se fazer em uma área de TI, é fundamental que, além de todo o mapeamento de habilidades técnicas exigidas, deve-se ter uma atenção especial às questões comportamentais do profissional.
“Obviamente, nunca poderemos dizer que encontramos alguém “pronto”. Estamos o tempo todo aprendendo e evoluindo, mas identificar como as pessoas agem e, principalmente, como reagem às mais diversas situações, darão um sinal forte de como se poderá contar com cada profissional”, analisa.
Ele ressalta que, apesar disso, não se deve exigir que todos os profissionais sejam iguais, pois a diversidade nos modos de agir e reagir é saudável, mas a equipe, assim como a empresa, precisa ter uma ‘identidade’. “Isso significa criar um clima no ambiente de trabalho e formas de lidar com clientes que sejam inerentes à empresa e que as pessoas se sintam motivadas a adotar uma linha de conduta, independente do seu ponto de vista. Para isso, os valores da empresa são fundamentais e devem ser o pilar para que profissionais sejam identificados como aqueles com potencial para ajudar a organização e os clientes a atingir seus objetivos”, conclui.
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