No ano de 2019, o Produto Interno Bruto – PIB do Brasil cresceu 1,1% frente a 2018, depois de 1,3% em 2018 e 2017, e de retrações de 3,5% em 2015 e 3,3% em 2016. Entre os setores de destaque ficou a Agropecuária em alta de 1,3%. Já a Indústria contribuiu com 0,5% e o setor de Serviços em 1,3%. No total, o PIB ficou em R$ 7,3 trilhões em 2019 e acima da projeção do IBC-Br, que foi de 0,89%.
“São três anos de resultados positivos, mas o PIB ainda não anulou a queda de 2015 e 2016 e está no mesmo patamar do terceiro trimestre de 2013”, analisa a coordenadora das Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis. “A maior contribuição para o avanço do PIB vem do consumo das famílias, que cresceu 1,8%. Pelo lado da oferta, o destaque foi o setor de serviços, que representa dois terços da economia”.
Palis esclarece que a inclusão dos dados do setor externo, que foram enviados com atraso no terceiro trimestre, não teve impacto no resultado do PIB em 2019. “Afetou apenas as exportações, pois o setor externo continuou contribuindo negativamente. Enquanto a demanda interna contribuiu com 1,7% do resultado, o setor externo apresentou queda de 0,5%”, explica Rebeca.
O PIB per capita variou 0,3% em termos reais, alcançando R$ 34.533 em 2019. A taxa de investimento em 2019 foi de 15,4% do PIB, acima do observado em 2018 (15,2%). Já a taxa de poupança foi de 12,2% (ante 12,4% em 2018).
Frente ao 3º trimestre, na série com ajuste sazonal, o PIB teve alta de 0,5% no 4º trimestre de 2019.
A Indústria e os Serviços apresentaram variação positiva de 0,2% e 0,6%, respectivamente, enquanto a Agropecuária recuou (-0,4%).
O setor de serviços cresceu 1,3%, puxado por atividades de informação e comunicação (4,1%), atividades imobiliárias (2,3%), comércio (1,8%), outras atividades de serviços (1,3%), atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (1,0%) e transporte, armazenagem e correio (0,2%).
A atividade de administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,0%) se manteve estagnada no ano.
Na indústria, a atividade de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos cresceu 1,9% em relação a 2018, puxada pelo crescimento de 1,6% na construção. Já o destaque negativo ocorreu em indústrias extrativas, com queda de 1,1% no ano. Indústrias de transformação ficaram estáveis em, 0,1%.
“A indústria teve um comportamento diferente em relação a 2018, puxada pelo crescimento na construção, após cinco anos de desempenho negativo. Já a indústria de transformação, que havia crescido mais em 2018, ficou estagnada em 2019”, ressalta Rebeca Palis.
Na agropecuária, que tem um peso de apenas 5% no cálculo do PIB, os destaques foram lavouras como o milho, que registrou crescimento de 23,6% e expressivo ganho de produtividade; algodão (39,8%), laranja (5,6%) e feijão (2,2%). Em contrapartida, houve variação negativa em culturas como café (-16,6%), arroz (-12,6%), soja (-3,7%) e cana (-1,0%). O desempenho da pecuária em 2019 foi influenciado positivamente pelo estreitamento da relação comercial com a China, por conta da peste suína no país asiático.
Investimento sobe e poupança cai em 2019
A taxa de investimento no ano de 2019 foi de 15,4% do PIB, ligeiramente acima do observado no ano anterior (15,2%). A taxa de poupança foi de 12,2% em 2019 (ante 12,4% em 2018). Entre os componentes da demanda interna, houve avanço no consumo das famílias (1,8%), e na formação bruta de capital fixo, em 2,2%. O consumo do governo recuou 0,4%.
PIB avança 0,5% na comparação trimestral
No quarto trimestre de 2019, o PIB avançou 0,5% na comparação com o terceiro trimestre do ano, registrando o nono resultado positivo consecutivo nesta comparação. Os serviços e a indústria tiveram variação positiva de 0,6% e 0,2%, respectivamente, enquanto a agropecuária recuou 0,4%. Quando comparado ao quarto trimestre de 2018, o PIB avançou 1,7%, no décimo segundo resultado positivo consecutivo, após onze trimestres de queda nesta base de comparação.
PIB atinge R$ 7,3 trilhões em 2019
No acumulado do ano, o PIB em valores correntes totalizou R$ 7,3 trilhões, dos quais R$ 6,2 trilhões se referem ao Valor Adicionado a preços básicos e R$ 1,0 trilhão aos Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios.
A taxa de investimento em 2019 foi de 15,4% do PIB, acima do observado em 2018 (15,2%). Já a taxa de poupança foi de 12,2% (ante 12,4% em 2018).