A Disney (NYSE: DIS) é a mais recente dentre as empresas que cortaram seus gastos com anúncios no Facebook (NASDAQ: FB), em meio à companha de boicote à gigante das redes sociais. Diferentemente da maior parte das participantes do movimento, a Disney foi a maior anunciante nas plataformas do Facebook no primeiro semestre deste ano. As informações são do jornal “The Wall Street Journal”.
A Disney se juntou a empresas como Coca-Cola, Unilever e Ford na campanha Stop Hate For Profit (Pare de lucrar com o ódio, em tradução livre) que exige da empresa regras mais rígidas contra conteúdos racistas e discursos ofensivos, instaurada após uma carta aberta da Liga Anti-Difamação (ADL). Mais de 400 empresas já aderiram ao movimento.
“Seus dólares para compra de anúncios estão sendo usados pela plataforma para aumentar seu domínio no setor às custas de comunidades vulneráveis e marginalizadas, que muitas vezes são alvos de grupos de ódio no Facebook”, diz a Liga às companhias convidadas a entrarem na campanha. Em 2019, a receita de publicidade do Facebook atingiu US$ 70 bilhões (cerca de R$ 377,08 bilhões).
A Disney, de forma distinta às demais empresas, não fez um anúncio público de que estava retirando seus anúncios do Facebook, fazendo-o em silêncio.
Segundo o “The Wall Street Journal”, a gigante do entretenimento, preocupada com as políticas de censura do Facebook, interrompeu a publicidade do Disney+, seu serviço de streaming, alvo de grande investimento em marketing neste ano.
Apenas durante os seis primeiros meses deste ano, a Disney gastou US$ 210 milhões em anúncios do Disney+, segundo a consultoria em dados Pathmatics. Outras divisões da companhia também estão revendo sua publicidade no Facebook. Anúncios para redes de televisão à cabo de propriedade da ABC e da Disney, como a Freeform, desapareceram das redes sociais.
O Facebook, por sua vez, diz que investe bilhões para manter as plataformas seguras; a empresa afirma ter banido 250 organizações de supremacia branca de suas redes sociais. Sua tecnologia em inteligência artificial ajuda a encontrar quase 90% dos discursos de ódio antes mesmo que alguém denuncie, disse a empresa.
No início deste mês, antes da Disney retirar seus investimentos nas plataformas, o Facebook disse que começaria a rotular discursos políticos que violem as normas das redes e que adotaria outras medidas para impedir a repressão a minorias.