A tradição japonesa de séculos de carimbar documentos com selos no lugar de assinaturas está desaparecendo, conforme o home office por conta da pandemia do novo coronavírus se estende. Gigantes corporativos como Toyota e Nomura estão se inscrevendo nos serviços de assinatura eletrônica de uma empresa pouco conhecida chamada Bengo4.com Inc., impulsionando as ações a uma valorização de 100% este ano.
A alta do preço dos ativos tornou o fundador da Bengo4, Taichiro Motoe, um bilionário em grande parte devido à sua participação na empresa listada em Tóquio que ele fundou há 15 anos. Segundo infromações estima-se que o patrimônio líquido de Motoe em pouco mais de US$ 1 bilhão.
Os investidores estão otimistas em relação ao serviço de assinatura eletrônica da Bengo4, chamado CloudSign, no período da Covid-19. À medida que mais pessoas permanecem de home office, as empresas japonesas estão adotando assinaturas eletrônicas de carimbos físicos, chamados hanko, para autenticar documentos –uma prática que o Japão segue pelo menos desde o século 19. “A CloudSign está transformando a tradicional cultura do hanko”, disse Motoe.
Segundo a Bengo4, o CloudSign é o serviço de assinatura eletrônica dominante no Japão, atendendo 80% do mercado do país. Mais de 100 mil empresas em uma variedade de setores usam o sistema, contra menos de 50 mil de um ano atrás.
“O preço das ações da Bengo4 aumentou drasticamente com as expectativas de uma consolidação mais rápida dos serviços de contrato eletrônico, à medida que os esforços do governo para abandonar o uso de selos pessoais ganham força em resposta à Covid-19”, escreveu Haruka Mori, analista do JPMorgan, em nota. Mori acrescentou que há um “rápido desenvolvimento de infraestrutura legal para apoiar a disseminação de contratos eletrônicos”.