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Feira fortalece soluções multimodais para comércio exterior brasileiro

Volume de negócios surpreende expositores da 20ª edição da Intermodal South America, que reuniu 600 empresas, representando 26 países, além de lideranças setoriais e um público de players com alto poder de decisão.

Quando as decisões de governo ocorrerem com a mesma ousadia e velocidade com que a iniciativa privada firma novos negócios e parcerias, o Brasil aumentará a sua participação no mercado internacional. Este é o consenso das lideranças empresariais e setoriais que participaram da 20ª edição da Intermodal South America – Feira Internacional de Logística, Transporte de Cargas e Comércio Exterior, evento que aconteceu entre os dias 1º e 3 de abril no Transamerica Expo Center, em São Paulo (SP).

O mercado, como foi possível conferir na feira, vive um período de espera. As dúvidas sobre o processo de arrendamentos dos terminais portuários e o novo marco regulatório das ferrovias, por exemplo, criaram um cenário de dúvidas, principalmente sobre como planejar os empreendimentos a médio e longo prazo. Isso, no entanto, não foi obstáculo para que as empresas e complexos portuários participantes da Intermodal fechassem bons negócios e projeções de parcerias, nos três dias de feira. A Kalmar fez, por exemplo, a venda de 4 equipamentos RTG para a Super Terminais, de Manaus, o que representa um total de US$ 10 milhões. “Foi a maior venda que já realizamos na Intermodal desde que começamos a participar em 1995. Além disso, é a primeira comercialização desse tipo de equipamento no Brasil. São RTGs ´zero emission` que ajudam a proteger o meio ambiente”, explicou o representante comercial da empresa, Fabio Giusa.“Fechamos dois negócios envolvendo cargas de projeto e a TCP, nossa parceira, um projeto envolvendo contêineres, durante o evento. Este é o 18º ano que participamos da Intermodal, ou seja, crescemos junto com a feira. Em todas as oportunidades firmamos grandes negócios, além de ser sempre uma oportunidade de aprendizagem”, afirmou o diretor da Appa (Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina), Lourenço Fregonese.Ele destaca, porém, que os resultados poderiam ser ainda melhores se houvesse agilidade nas decisões governamentais: “Precisamos que os processos de arrendamentos e concessões dos terminais portuários aconteçam com mais rapidez para que o País atenda a grande demanda do comércio exterior. Recentemente recebemos um pedido de armazenamento de 500 mil toneladas de carga, mas não havia um só terminal com espaço disponível para atender”.

O Porto de Itaqui (MA) também saiu da Intermodal South America com um saldo positivo. “Fomos procurados por uma empresa norte-americana interessada em conhecer o nosso sistema de transportes de carga de soja por contêineres, que está se tornando uma tendência cada vez maior no mercado. Além disso, muitas empresas do Sul e Sudeste sinalizaram um interesse em incluir Itaqui na sua rota comercial”, afirmou a gerente de Novos Negócios do porto, Luciana Kuzolitz. E concluiu: “Esta edição foi acima da expectativa pela qualidade dos players que visitaram o nosso estande”.

Para o presidente da Codesp, Renato Barco, a Intermodal é um grande fórum para se discutir os rumos do segmento multimodal: “O País precisa de soluções urgentes como, por exemplo, para os acessos rodoviários. É na Intermodal que encontramos todos os atores do processo e promovemos a discussão e busca de alternativas.”

Repercussão – A qualidade do público, formado em grande parte por executivos com alto poder de decisão, também chamou a atenção do diretor da Marimex, Tiago Quaglia. “Esta vigésima edição da Intermodal South America atendeu as nossas expectativas pelos contatos que fizemos com grupos seletos de empresários e executivos com poder de decidir o fechamento de um negócio”, destacou.

O gerente comercial do Ecoporto Santos, Walmir Alonso, também seguiu o mesmo raciocínio: “A Intermodal é uma excelente oportunidade para encontrar players do mundo inteiro e, também, para fortalecer a aproximação com os nossos clientes, o que é muito difícil no dia a dia. Está vigésima edição foi muito produtiva”.

“Na Intermodal aproveitamos para apresentar ao mercado o nosso escritório no Rio de Janeiro, que oferecerá serviços de desembaraço aduaneiro e gerenciamento de frete. Podemos dizer que a 20ª edição da feira foi uma das mais qualificadas em termos de visitação. Recebemos em nosso estande, durante os três dias de evento, executivos com alto poder de decisão dentro das empresas, e que poderão se tornar potenciais clientes em um futuro breve.”. Fábio Bermúdez, diretor de negócios da TITO Global Trade Services.

Há quem já pense em ampliar a participação na feira. Caso, por exemplo, da Gelog Transportes, que aumentou o tamanho do estande de 50 m² para 75 m² em relação ao ano passado e já prevê um espaço ainda maior para a próxima edição. “Nós acreditamos muito na Intermodal, tanto que projetamos uma presença ainda maior. Nossa estratégia na Feira é aproveitar para prospectar novos parceiros, por conta da qualidade do público, e fortalecer o contato com quem já é cliente. Só eu coletei mais de 400 cartões”, disse o gerente da Área Comercial da empresa, André Villela.

 

Conferências – Durante a Intermodal South America conferências reuniram especialistas e lideranças empresariais em torno de temas como o “Novo Código Comercial Marítimo”, “Infraestrutura – Avanços e Perspectivas”, “Desafios Estruturais dos Portos Brasileiros” e “Porto Indústria e Acesso aos Portos”. No terceiro e último dia, dois seminários movimentaram a feira: “Supply Chain – Identificando Soluções”, realizado em parceria com o Inbrasc (Instituto Brasileiro de Supply Chain), e “Condomínios Logísticos e Plataformas Logísticas”

Um dos destaques foi o Painel “Logística Reversa como um diferencial competitivo”, que abordou qual o impacto da Lei de Resíduos Sólidos no mercado e como é possível identificar oportunidades para agregar valor ao que é descartado. “A gestão do fluxo de materiais na logística reversa é uma segunda economia. Precisamos que o empresariado se cure dessa miopia e perceba as oportunidades que se apresentam”, disse Antonio Fernando Pinheiro Pedro, da Pinheiro Pedro Advogados.

O diretor geral da Voticare, Ricardo Melchiori, acredita que a solução está na prestação de serviços especializados. “A logística reversa é muito cara. Não vejo como uma operação sendo executada pela empresa, mas sim por uma empresa oferecendo as soluções para todas as outras. Vai ganhar dinheiro quem oferecer isso”, explicou.

Intermodal 2015 – “Com a 20ª edição da Intermodal fechamos um ciclo e acreditamos ter contribuído, aproximando as empresas do mercado e promovendo discussões que culminam em avanços para o setor e que, certamente, melhoraram a projeção do País como player internacional”, disse Joris van Wijk, diretor da UBM Brazil, organizadora do evento.

Ricardo Barbosa, gerente da Intermodal, antecipou ainda a data de realização da próxima edição do evento. “A 21ª edição da Intermodal South America acontecerá entre os dias 7 e 9 de abril de 2015, no Transameria Expo Center, em São Paulo (SP)”, conclui.

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