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Do Morse ao 4G: onde tudo começou?

Em 5 de maio foi comemorado o dia mundial das comunicações. Dia 11 de maio foi o dia do telégrafo, uma ferramenta há muito não mais utilizada, mas que foi de extrema importância e inovação em sua época. No próximo dia 24, será o dia do telegrafista, um profissional pioneiro nos meios de comunicação a longas distâncias. Sendo maio o mês da comunicação, há de se valorizar ainda mais esse tataravô do celular e seus usuários, pois foi em equipamentos como esse que tudo começou.

A telegrafia foi inventada em 1835 por Samuel Finley Breese Morse, um norte americano que criou, tanto o aparelho como o famoso Código Morse, nomeado em sua homenagem. Porém ela só veio para o Brasil em 1857 com a instalação da primeira linha telegráfica, entre a praia da Saúde na cidade do Rio de Janeiro e a cidade de Petrópolis.

Sendo um dos primeiros meios de comunicação a longas distâncias que transmitia dados de forma quase instantânea, o telégrafo teve seu papel em diversos momentos históricos, tanto do mundo, quanto do país, com destaque para sua participação em guerras e na criação das primeiras infraestruturas de comunicação.

No Brasil, um dos poucos operadores do telégrafo ainda vivos é o senhor Dary Bonomi Avanzi, que além de telegrafista, é o único brasileiro a ter operado todos os meios de transmissão de comunicação, já inventados. Ele, inclusive, mantém um museu da comunicação, onde todos esses equipamentos estão expostos, o Museu Particular do Instituto Dary Bonomi Avanzi. Além disso, ele dá palestras sobre a história da comunicação, com foco na telegrafia.

Dary iniciou sua carreira em 1956, na extinta Estrada de Ferro Sorocabana. Desde então, sempre exerceu atividades voltadas para a área de telecomunicações. Assim como o próprio telégrafo e seus “descendentes”, Dary acompanhou diversos momentos onde, tanto a telegrafia, como os outros meios de comunicação fizeram história no país e no mundo. Na era Digital, acompanhou todas as pesquisas para o funcionamento do sistema do fax, telex por micro-ondas, transmissões por reflexão lunar (usando a lua como antena), comunicação via satélite, monitoramento de várias naves espaciais, acompanha o desenvolvimento do robô mecânico que encontra-se em Marte denominado Curiosity/Rover, transmissões via rádio por teclado através de software específico.

Em transmissões militares, acadêmicas, de pesquisa celular à espacial, muito da história do mundo está ligado a velocidade com que as pessoas se comunicam. Não foi a fala o salto evolutivo que levou os seres humanos das cavernas a idade do bronze? Da mesma forma, a velocidade na comunicação, nos trouxe de um século XVIII fragilizado, até um século XXI conectado.

O mais curioso é que em que todos os meios de comunicação, mesmo os atuais, ainda se baseiam no modelo binário usado desde a época de Morse.

Claro que a comunicação se desenvolveu muito desde o telégrafo, e além de salto, também encontramos obstáculos. Hoje em dia, lutamos contra a falta de recursos como o espectro radioelétrico, e a constante batalha pela qualidade da comunicação e do uso de dados de internet, principalmente nas franquias de telefonia móvel.

E apesar de tudo isso, o aspecto mais interessante e constante de tudo isso é que tudo se desenvolve. Um homem viu uma evolução enorme da comunicação em seus anos de vida, operou cada aparelho disponível, e no seu período de vida, algo pequeno se comparado aos séculos de história. O que as gerações atuais e futuras verão?

Dane Avanzi é empresário, advogado e vice-presidente da Aerbras – Associação das Empresas de Radiocomunicação do Brasil.

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