China e Brasil firmaram um acordo que estabelece financiamento estimado em R$ 160 bilhões por parte do governo chinês para obras de infraestrutura nos setores de energia, mineração e manufatura em terras brasileiras. O compromisso deve ser assinado na próxima semana, durante visita do primeiro-ministro chinês Li Keqiang ao Brasil.
A operação de financiamento pode tornar a China uma fonte alternativa de recursos à infraestrutura brasileira, em um atual cenário de redução da participação do BNDES no estímulo a projetos e empresas no Brasil.
De acordo com levantamento feito pelo professor da Universidade de Boston, Kevin Gallagher, na última década houve liberação de US$ 119 bilhões por parte de instituições chinesas para a América Latina. O montante do investimento selado em parceria com o governo brasileiro deve ser direcionado para um fundo da Caixa Econômica Federal. O governo da China mantém fundos semelhantes em outros países da região, como Equador e México.
Os bancos chineses, porém, geralmente firmam acordos que vão além do pagamento em dinheiro. Para que haja menor cobrança de juros, as operações de financiamento envolvem intercâmbio de produtos e serviços entre os dois países. O empreendimento chinês busca reduzir os custos de soja e minério de ferro importados amplamente do Brasil.
Neste pacote de investimento, um dos maiores projetos a ser concretizado é a Ferrovia Transoceânica, que ligaria o Oceano Atlântico ao Pacífico por meio de trilhos, conectando assim Brasil e Peru. Também neste ano, o Banco de Desenvolvimento da China fechou contrato de US$ 3 bilhões em financiamentos à Petrobrás.