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Ser mais otimista para viver mais e melhor Por: Ômar Souki – Ph.D. em comunicação pela Universidade de Ohio, EUA, Souki foi professor na Universidade do Estado de Nova York por dois anos

Uma amiga enviou-me um e-mail dizendo que a sua iniciativa de abrir um negócio tinha dado errado. Além disso, tinha sido despedida de seu emprego de professora de faculdade. Estava atolada em dívidas. Será que ela tinha sido excessivamente otimista e se atirado demais? Será que pensou que poderia fazer tudo de uma só vez: ser empregada e empreendedora, ao mesmo tempo? Nesses casos, dizemos que a pessoa acreditou demais no pensamento positivo e menos no planejamento. Isso já aconteceu comigo. Mas não foi por excesso de otimismo, mas, sim, por falta de planejamento e equilíbrio entre o que eu ganhava e o que gastava. Há também que medir a energia pessoal que entra e a que saia. Muitas vezes a pessoa se super estima. Acha que pode fazer mais do que realmente tem condições de fazer. Você conhece alguém assim?

Ser otimista não é ser bobo. Ser otimista é saber medir a “água com o fubá” (como dizia meu pai), para fazer um bom angu. Vem então a pergunta: Precisamos ser mais otimistas? Sim. A Mayo Clinic, nos Estados Unidos, define o otimismo como “a crença de que coisas boas irão acontecer e de que coisas negativas são apenas contratempos efêmeros que podem ser superados”. Será que a minha amiga vai superar a crise em que se encontra agora? Eu acredito que sim. Ela é uma pessoa bem disposta, inteligente e guerreira. Além disso, ela acredita que vai vencer. Imagine se ela não acreditasse que isso seja possível, talvez nem se levantasse da cama. A pior coisa que podemos fazer em uma crise é adotar uma atitude pessimista, achando que não tem mais jeito. Jeito tem!

Na pesquisa realizada pela Mayo Clinic durante 30 anos, adultos que eram pessimistas — cuja identificação foi feita a partir de testes psicológicos — apresentaram taxas de mortalidade mais altas que os classificados como otimistas. O estudo mostrou que os otimistas eram mais saudáveis. Isso acontece porque eles têm uma tendência de cuidar melhor de si mesmos. Outros estudos comprovam que a vida é mais agradável quando se acredita no lado bom das coisas, quando se vê o copo “meio cheio” em vez de “meio vazio”. A professora de psicologia Suzanne C. Segerstrom, da Universidade de Kentucky, nos Estados Unidos, em seu livro Desafiando a Lei de Murphy, mostra que o otimismo não é apenas ser positivo, mas é mais relacionado com a motivação e a persistência. Segerstrom e outros pesquisadores chegaram à conclusão de que, em vez de desistir e se afastar de situações complicadas, os otimistas as enfrentam de frente. Planejam formas de ação, buscam ajuda de outros e focam possíveis soluções para suas crises. Em geral, os otimistas buscam ver aspectos positivos até mesmo nas piores crises. Eles se perguntam: “O que foi que eu aprendi com isso?”.

As pesquisas indicam que a propensão ao otimismo pode ser genética. No meu caso, com certeza: meu pai era um eterno otimista. Por pior que a situação fosse, ele sempre dizia: “No final, tudo vai dar certo”. E deu mesmo. Hoje ele está no Céu! Por outro lado, a forma de criação de cada indivíduo influencia suas atitudes. Ao estimular a auto-estima dos filhos, criticando menos e elogiando mais, os pais estão estimulando atitudes saudáveis com relação à vida. Os atributos do otimismo podem ser aprendidos. Segerstrom aconselha a técnica do “agir como”, isto é, comece a se comportar de forma mais otimista e, depois de algum tempo, vai notar que está se tornando uma pessoa mais positiva. Já os pesquisadores da Mayo Clinic recomendam que usemos alguns minutos no fim de cada dia para fazer uma lista de pelo menos três coisas positivas que nos aconteceram naquele dia. Também oferecem outras dicas:

1. Foco positivo. Fuja das conversas negativas com os outros e consigo mesmo. Reflita sobre os aspectos positivos da situação.
2. Trabalho. Identifique aspectos positivos no que está fazendo. Se o seu trabalho é limpar o chão, admire como ele fica brilhante após a limpeza.
3. Relacionamentos. Cerque-se tanto de pensamentos, quanto de pessoas positivas. Evite reclamar da situação. Se você for pessimista demais, as pessoas positivas fugirão de você.
4. Controle. Concentre-se nas situações em que pode controlar e ignore as que não estão sob o seu domínio. Use a influência que estiver ao seu alcance para melhorar a situação.

Omar Souki dedica-se a injetar doses maciças de otimismo nas equipes de organizações de prestígio no Brasil e no exterior como Xerox, Mitsubishi Electric, General Electric, SEW, Rede Accor, Conselho Federal de Administração, Associação Empresarial do Algarve, Centro de Apoio a Criação de Empregos de Portugal, Unimed, Banco do Brasil, Bradesco, Unibanco, Telemig, Cemig, Localiza, RM Sistemas, entre outras.

Ph.D. em comunicação pela Universidade de Ohio, EUA, Souki foi professor na Universidade do Estado de Nova York por dois anos e professor visitante nas Universidades do Texas e de Denver, EUA, e na Universidade de Aston, Inglaterra.

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