A transferência pode ser feita através de uma filial e precisa ter acompanhamento de especialistas para evitar morosidade
Visto antes como um destino para passar as férias, os Estados Unidos vem se tornando um alvo de investimento para os brasileiros, conforme indicam números dos investimentos feitos na compra de imóveis ou abertura de empresas e negócios nas terras do Tio Sam. Segundo dados do Banco Central, entre janeiro e maio deste ano 543 brasileiros fizeram aplicações nos Estados Unidos. A alta do dólar, no entanto, diminuiu o número de investimentos já que no mesmo período do ano passado 1.943 brasileiros aplicaram seu dinheiro, para morar ou abrir um negócio nos Estados Unidos.
Mesmo assim, os brasileiros continuam interessados em comprar imóveis ou investir na abertura de empresas ou filiais em solo americano. Para entrar na terra do Tio Sam, no entanto, é preciso ter uma autorização. Os vistos são concedidos de acordo com a natureza da viagem e podem ser desde turistas até para abertura de empresas. Segundo dados de Departamento de Turismo Americano em 2015 foram emitidos 164.604 vistos da categoria L, para transferência de empresas de todo o mundo para os Estados Unidos. No mesmo ano, cerca de 7.557 brasileiros fizeram o pedido de visto para levar sua empresa para terras americanas.
Segundo a advogada de imigração, Ingrid Baracchini, os Estados Unidos oferecem oportunidades para quem deseja investir ou abrir uma filial de empresa brasileira no país. Programas de incentivo como o Programa de Vistos EB5, onde o empresário investe US$ 500 mil em um novo negócio, atraem cada vez mais brasileiros interessados em entrar solo americano. “Através do visto EB5, o investidor interessado pode ter a possibilidade de conseguir um Green card que permite viver por até 10 anos de forma legal como um cidadão americano”, afirma Ingrid.
A advogada especialista em vistos americanos listou as principais formas de levar sua empresa para os Estados Unidos. Confira:
– Abertura de empresa brasileira nos Estados Unidos: é possível a abertura de uma filial brasileira nos Estados Unidos. O ramo de atuação pode ser diverso do praticado no Brasil e não há um valor mínimo para investir. No entanto, o empresário deve desenvolver um “Business Plan” (plano de negócios) de 3 anos fazendo um planejamento orçamentário do seu negócio, quanto será investido e deverá comprovar que a empresa brasileira tem capital para este investimento. Este caso é beneficiado pelo “Premium Processing” e pode ser julgado em 15 dias úteis. Em casos de startup, o visto é concedido por 1 ano com extensões de dois em dois anos até o máximo de sete.
– Investir em um ‘regional center’: nesse caso, você investe num “regional center” (que administra projetos de investimento) e recebe o visto EB5, que é válido por até 2 anos. Se o projeto investido por você demonstrar que gerou, no mínimo, 10 empregos, você terá a troca do EB5 por um Green Card, que terá validade por 10 anos e, após 5 anos, poderá se naturalizar como cidadão norte-americano. “Para dar início a esse processo de investimento nos EUA, é preciso ter US$ 500 mil (período da criação da empresa até a obtenção do documento definitivo). Se o investimento der certo, essa quantia é devolvida ao investidor depois, entre cinco e sete anos”, explica Ingrid.
