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Como lidar com a criação e a gestão de mudanças – Por: Thiago Gringon COORDENADOR DA PÓS EM CRIATIVIDADE & AMBIENTE COMPLEXO NA ESPM

O primeiro passo para gerir mudanças é compreender que elas acontecerão o todo momento. É ​observar as trocas existentes em um sistema

A mudança faz parte da vida! Mudamos de empresa, modelo de trabalho, carreira, casa, relacionamento, cidade, personalidade. Ela é uma das variáveis que mais está presente em nosso dia a dia e, de certa forma, a que mais nos assusta. Somos treinados a manter o status e cultura, responder questões, resolver problemas e estruturar projetos, e é pela vida, por meio de nossas experiências criativas no mundo, que aprendemos a mudar. Principalmente a mudar de ideias.

Gosto de trabalhar com dois desdobramentos da palavra mudança. O primeiro se refere ao trajeto, trânsito e ​processo de um estado para o outro. E isso aparece com frequência dentro das empresas, sejam mudanças de metodologias ou até de governança.

Como, por exemplo, o processo de adoção do ​home office​. Tanto as empresas como as pessoas tiveram que percorrer um caminho longo de reestruturação e compreensão da complexidade das novas configurações de trabalho, que agora combina vida pessoal e descanso no mesmo espaço. Esse trajeto entre dois estados, pode evocar ​medo se não estivermos acostumados a lidar com o ​desapego​ das estruturas conhecidas e o enfrentamento do ​inesperado.​

O segundo desdobramento aborda o novo cenário, o D1 do estado B. O dia que irá marcar a diferença entre passado e futuro, pois a partir desse dia nada será igual. Nos dias em que estamos vivendo o melhor exemplo é a data na qual assumimos o distanciamento social às pressas, mesmo sem saber como seriam os próximos dias.

Outros exemplos menos intensos são: a primeira noite numa casa ou cidade nova, o primeiro dia na faculdade, o primeiro dia de venda do seu produto — aqui vale a atenção para sempre os ​primeiros dias de algo. E é exatamente essa característica que pode nos trazer medo. O medo do ​desconhecido​, do que será daqui para frente, do que está por vir e do futuro​.

Criando mudanças 

As mudanças podem ser criadas por nós, pela nossa intenção e vontade ou consequências do ambiente, da mudança do mundo — é aqui que a sigla V.U.C.A. possui maior influência. Seja como trajeto ou como o primeiro dia de algo, a mudança é a quebra de uma estrutura, principalmente de vieses mentais e paradigmas.

Criar mudança é arriscar, propor novas configurações, olhar para o que se tem em mãos e melhorar — dá-lhe melhoria contínua. É compreender o passado como referência, e ir além, buscando aprimoramento pessoal, profissional e organizacional, quase uma atualização de sistema operacional só que aplicado a nós.

Quando a mudança é criada por um movimento ou aspecto externo no mundo, geralmente somos pegos de surpresa, estamos “despreparados” olhando para outro lado que quase não vemos como a mudança emergiu. Não possuímos consciência de que também somos responsáveis por ela, uma vez que as nossas ações e atitudes possuem reações ao sistema social no qual estamos inseridos.

Gosto de ver esse tipo de mudança como sinais, que pode ser do mundo, do sistema, do Cosmos, do mercado, de Deus…para que se mude, pois ele está em constante mudança. Ele é mudança!

Gestão de mudanças

É nesse contexto que nos deparamos com a área de ​gestão de mudança​s, que promove uma série de diálogos sobre estratégias para lidar com o inesperado, compreender melhor a mudança comportamental, sua e das pessoas ao redor, restabelecer o equilíbrio e dinâmica das estruturas, criando um sistema de tomada de decisão para enfrentar os desafios.

O primeiro passo para gerir mudanças é compreender que elas acontecerão o todo momento. É ​observar as trocas existentes entre os elementos de um sistema; por exemplo, a relação das pessoas dentro e fora de uma empresa, a percepção de valor de um produto e até a credibilidade da liderança governamental. E a partir dessa observação, mitigar o surgimento dos medos e receios ligados à mudança e aprender com essas emoções e sentimentos.

A mudança é inevitável e pode ser inesperada, mas não precisa ser angustiante. Vejo como a principal característica para gestão de mudanças: a ​inteligência relacional​, seja para uma pessoa líder ou membro de equipe, que vá criar ou gerir mudanças.

“Expandir a consciência sobre si, sobre as pessoas que nos rodeiam, sobre os diversos mundos e culturas que vivenciamos, é o segredo para compreender melhor os dados, as informações e os recortes de realidades.”

Assim, nos capacitamos para uma gestão — e eventualmente uma criação — de mudanças mais assertiva e tranquila, sabendo que as novas ideias e estruturas que foram criadas hoje irão mudar, pois é o trajeto natural.

E quando esse dia chegar, estaremos melhor preparados para a nova complexidade no mundo.

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