*Fernando Moura – Head of Marketing
Tudo começou com a ARPANet de 1969, acrônimo em inglês de Advanced Research Projects Agency Network (ARPANet) do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Foi a rede operacional pioneira, base de comutação de pacotes, e o precursor da Internet. Criada só para fim militares americanos, acabou com o tempo sendo a “mãe” da internet dos dias de hoje. E desde 1991 a ideia de conectar objetos é levada em conta, foi quando a conexão TCP/IP e a Internet que conhecemos hoje começou a se popularizar. Bill Joy, cofundador da Sun Microsystems, pensou sobre a conexão de Device para Device (D2D), tipo de ligação que faz parte de um conceito maior, o de “várias webs”. Em 1999 apareceu o termo “Internet das Coisas” criado por Kevin Ashton do MIT.
Sem perceber já estamos utilizando no nosso dia a dia processos computacionais, coisas conectadas na Internet e pessoas que são a base da IoT e IoE, tais como a solicitação de um táxi, a compra de ingressos para um show e as condições do trânsito, que incluem indicações da melhor rota em tempo ou distância para seu destino final. Qualquer pessoa com um dispositivo tipo um smartphone e acesso à Internet utiliza algum processo de IoT (Internet of Things – Internet das coisas) ou IoE (Internet of Everything – Internet de todas as coisas).
Contudo agora estamos vivendo o momento em que o mercado quer saber mais como ganhar dinheiro, como fazer negócios neste novo mundo de aparelhos inteligentes conectados em rede. Podemos comprovar isso pelo gráfico do Google Trends, como uma onda se formando, verificamos que o número de pesquisas deste tema só vem crescendo.
Uma verdadeira corrida de empresas desenvolvendo novos produtos para serem conectados na internet, cuja previsão seria um mercado bem interessante de US$ 1,7 trilhão em cinco anos (dados do IDC – Internacional Data Corp). Esta oportunidade está muito relevante no mundo de TI, pois podemos usar toda a infraestrutura já existente para a implementação da internet das coisas e seu crescimento exponencial a medida que os usuários sintam os benefícios que virão nos próximos anos.
Fazer negócios nos dias de hoje, requer que você esteja conectado com seus clientes todo o tempo, em qualquer dispositivo e em todo lugar. Marketing digital, Geomarketing, enfim todas as possibilidades de se comunicar com seus clientes, principalmente com a proliferação dos wearables devem ser consideradas. Esta é a proposta da internet das coisas (IoT). A internet das coisas em si não vai mudar o nicho de atuação de seus negócios, mas vai mudar a maneira com a qual você passará a fazer negócios.
Como fazer parte deste movimento com uma boa solução? Não venderemos mais produtos, quando nossa proposta é de produto e seus componentes, apenas estaremos lidando com o passado, temos que chegar no mercado com uma solução criativa, agregando uma série de benefícios, com um diferencial que fará o cliente fechar a proposta conosco. Ou seja, é preciso trilhar um caminho menos utópico e mais realista, com foco sempre na proposta do IoT agregando um diferencial sensível ao cliente. Tornar-se uma empresa de soluções em serviços em IoT, deixar de ter técnicos em sua equipe para ter arquitetos e assim permitir criar e entregar uma infinidade de novas experiências para os seus clientes. Automatizando processos anteriormente manuais, reduzindo drasticamente os tempos de resposta para operações críticas, compreendendo como anda o negócio em tempo real podendo desse modo fazer previsões mais precisas sobre onde ele está indo.
Um modelo de negócio da Internet das coisas normalmente tem três facetas distintas e contínuas: implementação, gestão e rentabilidade. Um ciclo de vida IoT é contínuo, pois seus novos serviços sempre vão continuar a serem propostos mediante aos novos dispositivos adicionais com a conectividade constante que visam a sanar os custos e assim continuar a gerar receita.
No conceito de que tudo deve estar conectado o SmartGrid também é a escolha interessante de solução. Uma vez que esta realidade fica bem personalizada, pois toda infraestrutura de distribuição de energia elétrica das concessionárias até chegar em nossas residências, comércios e corporações terão que ser geridas para manter a eficiência e a eficácia. Estamos falando sobre como aquele “relógio” medidor de energia que fica na entrada de sua casa ou comércio será transformado e, principalmente, conectado ao mundo de redes IP (Internet Protocol).
É importante ressaltar que o espirito inovador do IoT não se restringe apenas à tecnologia em si, mas também ao modo como o empreendedor conduz o seu negócio. Logo, pensar fora dos limites atuais, conhecer os riscos do próprio negócio, sair da informalidade com responsabilidade e visão, avaliando o momento certo de inserir-se na economia nacional e internacional, sempre com foco na expansão do mercado da “Internet das Coisas”, são itens que fazem toda a diferença na hora de garantir um lugar ao Sol.
*Formado em Engenharia da Computação pela PUC de São Paulo; e pós graduação em Marketing (ESPM) e com diversas certificações no exterior. Fernando Moura hoje conta com mais de 40 anos de experiência na área de TI desenvolvida em empresas nacionais e multinacionais tais como IBM, Cisco Systems, Novell, SAP, Fast Lane, com experiência nacional e internacional assumindo diversos cargos. Atualmente ocupa o cargo de Head Of Marketing para todo o Grupo Multirede que tem filiais nos Brasil, Estados Unidos, Colômbia, Peru, Chile, Angola e Cabo Verde.