Por Adriano Lima*
Você é do tipo de gestor que ainda possui dispositivos de fitas LTOs, DLTs, etc para efetuar backups em sua infraestrutura? Bom se ainda usa fita está bem, talvez nem isso você use, ai é preciso então ficar muito atento ao risco que está correndo.
Você é do tipo que faz log de registro de fitas, armazenadas para que sejam localizadas quando necessário para a rápida recuperação em um sistema ágil de restauração de dados que pode levar até 24 horas?
Se o seu mundo ainda está assim diria que está bem, caso tenha um bom controle de sua fitoteca,porém, se você assim como eu, já aboliu as fitas e já encarou as soluções de backup em nuvem, creio que precisa ler o restante deste artigo.
Na busca por uma solução de armazenamento para manter os dados de um de meus clientes a salvo, me deparei com o desafio de definir a melhor solução que atendesse não apenas a custo, mas também a rapidez, robustez,escalabilidade e capacidade de recuperação de acordo com a informação a se recuperar, a ponto de ser uma opção de contingência para a recuperação de sistemas e serviços de suma importância para o negócio em questão com rapidez e segurança.
Infraestrutura em geral, requer o armazenamento de grande conteúdo de imagens, dados e voz, fato este muito específico para cada tipo de segmento, mas em geral hoje todos temos que gerenciar câmeras com imagens em sistemas capazes de se visualizar 90 dias de imagens, com rápido poder de recuperação, diante de inúmeros riscos e situações em que a empresa pode precisar analisar e gerar evidências para fatos passíveis de questionamentos diversos, sejam estes jurídicos ou meramente operacionais.
Não obstante, dados crescem em massa de Terabytes na proporção de progressão geométrica, somando a isso ainda em muitos casos em especial empresas do segmento financeiro onde todas as chamadas telefônicas são gravadas, a massa de dados se junta aos casos antes mencionados, como imagens e voz,gerando assim conteúdos gigantescos de dados próximos na casa dos Terabytes, para grandes empresas já estamos falando de Pentabytes.
Muitas empresas não se arriscam a este tipo de solução por desejarem manter seus dados sigilosos,dentro de sua própria estrutura, junta-se a estas situações os bancos que dificilmente hospedariam suas informações em um datacenter terceirizado, ainda pior se este for fora do Brasil.
Soma-se a esta difícil condição a legislação brasileira que caminha a passos muito curtos para regulamentação da Lei para Proteção de Dados Pessoais, ainda que tenhamos hoje em pauta, este projeto que esteve em discussão e aberto ao público para comentários (veja em http://pensando.mj.gov.br/dadospessoais/) , não há ainda prazo para entrar em votação e virar lei, o Marco Civil da Internet tem diversas discordâncias em seu conteúdo (veja mais
em http://pensando.mj.gov.br/marcocivil/), mas ao menos já foi votado e virou lei e hoje dá subsídios para algumas situações na legislação brasileira.
Dessa forma, estamos sujeitos a legislações esparsas, cheias de lacunas e contratos leoninos colocando em risco o negócio da empresa e os dados armazenados neste tipo de produto oferecido pelos gigantes de TI.
Minha humilde sugestão neste caso é simples, procure entender bem o que o seu fornecedor tem a oferecer, mas antes de fazer um grande questionário e repassar a seu time de compras para obter respostas em uma RFP com tudo que precisa, procure sintetizar em um plano de contingência de negócio todos os sistemas básicos que fazem sua operação rodar no mínimo possível para atender a seus clientes e entregar seu produto para evitar ter problemas com SLAs e contratos fechados. Não é tema deste post entrar em detalhes de um Plano de Contingência, deixarei isso para meu próximo artigo.
Não há que dizer em termos de agilidade, escalabilidade e redução de TCO o que este tipo de serviço pode trazer para sua operação, caso tenha um bom jurídico, ou gestor de contratos capaz de analisar essas clausulas e buscar as melhores condições com “Compliance”, prevenção a riscos e garantias de recuperação de seus dados, seja com redundância de “appliances”, com robustez de equipamento adquirindo um grande equipamento capaz de sozinho armazenar enorme quantidade localmente e ter um bom link para posterior transmissão dos dados ao data center destino afim de salvaguardar suas informações em local seguro, e de rápida recuperação na modalidade de pagamento por Terabyte baixado, ou até mesmo Gigabyte.
Fato é que a revolução dos dados na nuvem chegou e veio com força e concorrentes, várias soluções e fornecedores oferecendo a mesma coisa, com custos, variedades e condições mirabolantes afim de abocanhar esse mercado que está em franco crescimento, saiba escolher e busque a melhor condição,contudo saiba os riscos e as condições oferecidas por estes players.
Não existe nada mais importante neste mundo corporativo que a informação, e eles já entraram nessa guerra de gigantes que ninguém quer perder, resta saber se você está preparado para entrar neste nicho e ser cliente desta nova modalidade de backup de dados, o backup na Nuvem, se for bem dirigido com certeza fará um bom negócio e não só suas informações estarão seguras, como também as terá de volta no primeiro instante que precisar.
Espero ter auxiliado de alguma forma, e que este tema seja discutido em sua empresa como uma possibilidade de solução para substituir a boa e velha fita de backup.
*Adriano Lima é Advogado Especialista em Crimes Eletrônicos,Bacharel em Ciência da Computação, especialista em Gestão de Riscos,Segurança da informação, Prevenção a Riscos ou Fraudes, Compliance Regulatório e Palestrante da Temática Crimes na Internet para acadêmicos e empresários.
