70% dos profissionais brasileiros gostariam de trabalhar em home office. Descubra como gerenciar esses talentos a distância
Hoje em dia 70% dos brasileiros gostariam de trabalhar remotamente, segundo pesquisa da consultoria de recursos humanos Randstad. Apesar disso, 53% dos profissionais brasileiros não fazem home office, segundo o Ibope Conecta. Os números reforçam a importância das empresas se adaptarem a novos modelos gestão, onde o trabalho remoto é possível e liberado. Segundo outro relatório, o Future Workforce e Report 2018 lançado pela UpWork, o trabalho remoto cresceu nas empresas nos últimos três anos — 63% dos departamentos possuem pelo menos uma pessoa no time que desempenha suas atividades à distância. No entanto, das mais de mil organizações analisadas pelo estudo, 57% não têm políticas internas estabelecidas para essa modalidade de trabalho. Um dos maiores desafios é fazer a gestão de presença dos colaboradores remotos e manter a transparência das relações profissionais.
A pesquisa do Ibope Conecta levantou também que 90% dos profissionais consideram o ambiente de trabalho moderno (com carga horária flexível e possibilidade de trabalhar em casa, segundo definição da pesquisa) como um fator decisivo para analisar propostas de emprego. “Os colaboradores já vivenciam no seu dia a dia experiências de trabalho remoto. É comum haver reuniões por vídeo chamadas, ou o uso expressivo do e-mail para comunicação interna. Às vezes a empresa não precisa fazer um grande investimento para proporcionar o trabalho remoto de seus times, basta oficializar as práticas”, comenta Bruno Rodrigues, CEO da GoGood, empresa de saúde corporativa.
Reunimos aqui quatro tendências adotadas por grandes corporações para garantir o engajamento mesmo à distância.
Para vestir a camisa
Se sentir fazendo parte de um grupo pode ser mais desafiador quando há distância. Por isso, algumas ferramentas tecnológicas, podem ajudar muito a gerar sensação de pertencimento e ainda melhorarem a qualidade de vida do colaborador. Muitas empresas adotam aplicativos que usam estratégias de gamificação para gerar engajamento. É o que acontece com a Ambev. A organização utiliza o aplicativo de saúde corporativa da GoGood. A ferramenta estimula os colaboradores a adquirirem uma melhor qualidade de vida, propondo uma competição saudável que resultará na realização de uma ação social. Pelo aplicativo é possível formar times com colaboradores remotos, que podem participar da ação independente da sua localização. Os times conquistam pontos conforme adquirirem uma boa alimentação, praticarem exercícios e conquistarem uma boa qualidade de sono.
Para se manter informado
A partir do desafio de melhorar a comunicação interna da unidade, nasceu o UNJ em Minutos, iniciativa da Unidade de Justiça (UNJ) da Softplan, uma das maiores desenvolvedoras de software do Brasil. A prática ocorre há dois anos e apresenta comunicados oficiais, bate-papo com especialistas e a cultura da empresa de uma maneira leve, em formato de vídeos. A linguagem é descontraída e atinge toda a Unidade de Justiça e Unidades Corporativas, incluindo os colaboradores que atuam fora da Sede da empresa, em todas as regiões do Brasil. As edições têm alto índice de engajamento, atingindo cerca de 70% dos 1,5 mil colaboradores da Unidade. As pautas são sugeridas pelos colaboradores e há edições especiais, transmitidas ao vivo, nas quais é possível interagir nos comentários. “O UNJ em Minutos faz nós, que estamos longe da sede, nos sentirmos parte de um time só. Sinto que as informações chegam pra nós como se estivéssemos em Floripa. Acho a iniciativa incrível”, foi um dos comentários anônimos feito por um colaborador da companhia, obtido por meio de uma pesquisa de satisfação realizada pelos gestores do programa.
Para uma boa comunicação
Para Gabriel Leite, CMO e Co Founder da Feedz — startup de Florianópolis (SC), que desenvolve uma plataforma para gestão ágil e estratégica de pessoas — uma boa comunicação interna é a chave para o engajamento dos times. Para solucionar os problemas de comunicação interna e estabelecer uma cultura de valorização dos talentos, a tecnologia é uma grande aliada. “Temos um cliente com cerca de 1.200 colaboradores, em que mais da metade trabalha remotamente. Eles comentam que usando a nossa plataforma conseguiram aproximar as pessoas. Por meio das celebrações, por exemplo, é possível entender o que os demais times tem feito e o que vale reconhecimento”, afirma Leite. Uma plataforma para o gerenciamento estratégico do RH faz com que os objetivos dos times e da empresa fiquem nítidos para quem não está o tempo todo na sede física. Além disso, a tecnologia permite que feedbacks e comunicados possam ser enviados a qualquer momento, chegando a todos os colaboradores.
Para uma capacitação eficiente
As plataformas tecnológicas de educação também são imprescindíveis no mercado de trabalho remoto. Elas garantem que todos sejam treinados, mesmo estando em home office, e sem perder o espírito de colaboração entre os colegas. “Os ambientes de e-learning permitem que os colaboradores, mesmo de forma remota, compartilhem seus pensamentos, perguntas e ideias por meio de fóruns, videoconferências etc.”, explica Luiz Alberto Ferla, CEO e fundador do DOT digital group, referência nacional em EdTech. O empresário lembra ainda que, independentemente de onde estão localizados, os colaboradores querem oportunidades para desenvolverem suas carreiras. “É preciso oferecer trilhas de conhecimento que os ajudem a melhorar suas habilidades, de forma alinhada com o mercado. Gerenciando esses talentos a distância, o sucesso deles e da empresa será mais garantido”, afirma Ferla.