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Processo de sucessão, estou pronto? Por: Mauricio Santucci ,Co-fundador do Instituto Potentiate de Desenvolvimento Comportamental; Membro fundador da Companhia do Coaching; Coautor dos livros: Você vai ficar sentado aí? ; Fator E. O empreendedorismo como forma de transformar pessoas e empresas.

Temos uma série de livros, artigos na internet tratando do assunto e com certeza ainda é pouco para este momento tão delicado da vida de um empresário que construiu e administrou por anos, décadas a sua empresa.

Como Coach, atuo no nicho de transição para a aposentadoria, e tenho atendido muitos empresários com essa dificuldade e por isso arrisco este ensaio.
Antes ainda do medo de alguém, mesmo que seja um filho, assumir a direção da sua empresa, como disse um empresário dono de 3 lojas do ramo de supermercado: “não consigo imaginar alguém, que não eu, tomado as decisões que eu sempre tomei, sentando-se a minha mesa”, vi que na maioria dos casos que atuei como Coach havia, por parte do empresário (Coachee), o medo de sentir-se inútil ou acabado. Digo em minhas palestras que a aposentadoria deveria começar a ser pensada no primeiro dia de trabalho, afinal de contas só não nos aposentaremos se morrermos antes.

Muitos empresários acreditam que o seu substituo deveria ser e agir exatamente como eles são e agem, esquecendo da individualidade e do momento em estes substitutos vivem, pensam que só eles sabem como fazer e ou fazem da maneira certa e esquecem que para cada ser humano há um mundo perfeito a ser construído especialmente para ele. Isso é mais forte se o futuro aposentado é o fundador da empresa, com o discurso de que: “eu vi o primeiro tijolo ser colocado” ou “isso não anda sem mim”, não consegue ter a percepção de que ao se retirarem podem aproveitar as suas vidas de uma maneira ainda mais prazerosa e feliz.

Algo que nos aproxima, nos identifica com outras pessoas são os nossos valores, buscar entre os prováveis sucessores, alguém que tenha os mesmos valores e as mesmas crenças poderá dar uma pista de que o sucessor poderá dar continuidade ao seu jeito de fazer as coisas. Outra coisa interessante a se pensar e bem mais difícil de assimilar é a nossa percepção, a maneira única que cada um tem de ver e sentir o mundo, baseado nas suas vivências, experiências que são únicas e intransferíveis, jamais poderei fazer você pensar do mesmo modo que eu, mesmo tendo vivido a mesma experiência. Um empresário jamais poderá pensar que seu substituto, mesmo que filho, pense exatamente como ele. Além da diferença de geração, existem uns cem números de fatores externos e internos que os tornam diferentes.

Considerando estas interfaces e outras que cada caso tem, podemos utilizar a metáfora da corrida do revezamento, onde os corredores literalmente passam o bastão para outro membro da equipe, modalidade em o Brasil sagrou-se campeão mundial em maio deste ano para tratar da sucessão. Analisando a equipe de corredores vemos 5, há sempre o reserva, pessoas com características diferentes, como eles mesmos falaram em entrevistas, um com as pernas mais longas, outros com maior explosão inicial, outros com o sprint final mais forte, outro com as passadas mais longas, mas todos com a mesma expertise: entregar o bastão na hora e da maneira certa e a mesma confiança: de que o próximo daria e faria o máximo dele para cumprir sua etapa no revezamento. Para Mário Cortella a ideia do: faça o teu melhor, na condição que você tem, enquanto você não tem condições melhores, para fazer melhor ainda, é o pensamento que deve nortear este momento, acreditar que o substituto fará o melhor “dele” e pronto!

Mas, e ao empresário, além de esperar e torcer o que deve fazer? Esta é a melhor parte ou aquela pela qual se trabalhou e lutou a vida quase que toda: Desfrutar a aposentadoria!

Por incrível que pareça muitos não sabem como devem fazer isso, agora não estou falando somente da desassocição do trabalho e ou da empresa, falo de não saber mesmo o que fazer da vida. Costumo perguntar o que você pode fazer em 15 ou 20 anos? Sim, se a aposentadoria vem aos 62 ou 65, como discutem hoje no congresso e a expectativa de vida é de 80 anos para mulheres e de 73 anos para homens, como você quer viver esse período?

Acredito que como em todos os processos de coaching que se busca algo novo, e a aposentadoria também é algo novo, o autoconhecimento é fundamental, saber quem sou, o que quero ou pelo menos, o que eu não quero abrevia e facilita as tomadas de decisões e o ato de colocar-se em movimento, para o filósofo Sêneca nenhum vento sopra a favor de quem não sabe para onde ir.

Em seu livro A BELA VELHICE, a doutora antropóloga Mirian Goldemberg, aborda o envelhecimento de uma maneira bastante interessante, tanto a ideia de recomeço como na ideia de sermos jovens velhos, ela sita o trecho de uma entrevista da atriz Jane Fonda no qual ela fala: a velhice deveria ser planejada com antecedência emocional, física e financeira e que a importância de ter amigos, do investimento em planos de aposentadoria e da necessidade de revisar constantemente a vida olhando para trás “para entender quem você é”. E acrescenta: “Sinto que nesta fase da minha vida estou me tornando quem eu deveria ter sido o tempo inteiro”. Qual é a razão desse meu pensamento, qual é a associação com a Jane Fonda? Nossa história, a de cada um, é repleto de exemplos de pessoas que depois de anos de trabalho partiram e em seu velório os amigos comentam: coitado não teve tempo de aproveitar o que construiu. Uma das ferramentas da PNL é metamodelar, para João Anatalino, em seu livro – À PROCURA DA MELHOR RESPOSTA – Modelar é aprender os segredos da excelência comportamental através da duplicação das estratégias neurológicas das pessoas que já encontraram as respostas mais eficientes para enfrentar as situações que nos são postas como desafios. Significa aprender o processo pelo qual elas geraram os comportamentos que as levaram a obter resultados que obtiveram e repeti-lo, de acordo com as nossas necessidades, o nosso contexto e os recursos que temos. Ou seja: absorver as coisas que dão certo ou, evitar as que deram errado nas experiências de outras pessoas, sempre guardando o que nos cabe ou é possível. Voltando para Jane Fonda, não teríamos aqui algo para aprender ou metamodelar?

Agora de volta ao seu processo de passagem de bastão: qual o motivo que o impede de pensar nele como também um objetivo de vida, preparar alguém que dê continuidade aos seus sonhos e ao mesmo tempo construir um novo sonho para um novo período? Warley Tomaz, frei Franciscano Capuchinho e licenciado em filosofia, acredita que: “Um homem sem sonhos é vazio; está morto por dentro”, com este pensamento temos então, por uma questão de sobrevivência, que devemos ter sempre um sonho por qual viver, um ideal pelo qual lutar e creiam nada é mais compensador que lutar por um sonho após ter o dever cumprido, concretizar os mais antigos sonhos. Falo por experiência própria e não por ter lido ou estudado sobre o tema, planejei minha aposentadoria, criei um novo modelo de vida onde combino atividades produtivas como os processos de Coaching e Mentoria com passeios pela praia, reuniões de trabalho com aulas de dança de salão com minha esposa, treinamentos com atividades física em academia e quando bate a saudade dos netos, ajusto minha agenda e vou visitá-los. Metamodelei meu avô, ou o que não queria para mim, que ao se aposentar ficou de pijamas em casa e logo depois foi diagnosticado com Alzheimer, metamodelei pessoas que ao se aposentarem ou que ao completarem 60 anos deram um outro sentido às suas vidas e estão de bem consigo mesmas.

Faz sentido para você este pensamento?

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