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E se o Bill Gates tivesse nascido no Brasil? Por: Rodrigo Mancini é economista, Mestre e Doutor em geografia econômica, empreendedor e empresário.

Ter a sorte de estar no lugar e na hora certa pode ser fundamental para o seu sucesso.

Já ouvimos por inúmeras vezes que a relação entre sorte e sucesso é inexistente. Frases como: “o sucesso não é uma questão de sorte, é uma questão de competência” ou “sorte é o nome que o vagabundo dá a quem se empenha” são repetidas por alguns especialistas e muito compartilhadas nas redes sociais.
As histórias de sucesso de grandes personalidades que deixaram algum legado positivo para a humanidade e que nos inspiram, sempre ressaltam que o topo foi conquistado exclusivamente pelos seus talentos e muita garra. É claro que atribuir todo sucesso a sorte seria um grande erro, mas ignorá-la completamente, também pode ser!

E isso podemos verificar no livro “Fora de Série – Outlier”, de Malcolm Gladwell. Ao estudar a trajetória de grandes “celebridades”, o autor mostra algumas circunstâncias ou “golpes de sorte”, que foram fundamentais, por exemplo, para Bill Gates. Além de sua genialidade (talento) e do acúmulo de mais de 10 mil horas de experiência em programação (garra), outros eventos também contribuíram para o seu sucesso.

O lugar, época e família em que nasceu, segundo o autor, foram importantes para a construção de sua brilhante carreira. O pai era um renomado advogado e seu avô materno um banqueiro muito rico, o que lhe proporcionou acesso as melhores escolas. Nasceu nos tempos pioneiros da revolução dos computadores e vivia numa das únicas cidades que tinha um ‘Clube de Informática’. Detalhe: instalado na escola onde ele estudava.

O próprio Bill Gates reconhece que esta facilidade de acesso aos computadores foi sorte, já que naquela época o número de adolescentes com a mesma oportunidade, chutando muito alto, não chegou a 50 em todo o mundo. Sendo assim, se Bill Gates tivesse nascido aqui no Brasil, na mesma época e numa família sem muitas condições financeiras, muito provavelmente, não teria contribuído com tanto sucesso para o avanço da computação!

E ao aplicarmos esta mesma ideia para outras realidades, ainda que distintas, parece que tudo caminha para a mesma lógica. Por exemplo, e se o Neymar tivesse nascido no Marrocos? Nascer no Brasil, um país com tradição no futebol, viver próximo a um clube e ter acesso a oportunidades de praticar este esporte podem ser considerados os ‘golpes de sorte’ que, somados ao seu talento e determinação, resultaram no sucesso que está aí para todo mundo ver.

Ao que tudo indica, a sorte é um elemento que pode agregar valor à fórmula do sucesso. Evidente que não poderíamos considerá-la como condição. Até porque a psicologia do sucesso já mostrou, com estudos e pesquisa, que garra é o principal componente do sucesso. O que explica, inclusive, porque muitas pessoas talentosas, mas sem garra, nunca alcançarem o sucesso.

Enfim, acredito que a grande provocação deste texto está em quebrar a crença de que a sorte não existe. E assim, ampliar a nossa visão para enxergarmos oportunidades que já se fazem presentes em nossas vidas ou ainda acreditarmos em situações inesperadas, que podem acontecer a qualquer momento, e que somadas ao nosso talento e garra, contribuirão significativamente para as nossas conquistas.

Pensando assim, vale até uma “fezinha” na mega sena. De repente, aí está o ‘golpe de sorte’ que precisamos para os nossos projetos e negócios! Porém, repito: não podemos ter a sorte como condição, apenas como um elemento que pode agregar valor à nossa trajetória.

Rodrigo Mancini é economista, Mestre e Doutor em geografia econômica, empreendedor e empresário.

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