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BEM-VINDO AO FUTURO Por : César Tucci : Palestrante, Educador, Coach ,Escritor e Especialista em Desenvolvimento do Potencial Humano.

O futuro assusta? É uma ameaça ou um novo campo de oportunidades?

Seremos substituídos (e quiçá dominados) pelas máquinas?

Apesar dos cenários distópicos que fazem grande sucesso nas séries futuristas dos canais de streaming, vejo com esperança um movimento muito interessante se desenhando paralelamente ao caos aparente.

A famosa Lei de Moore demonstra que nossa capacidade computacional cresce de maneira exponencial e muito em breve atingirá dimensões antes inimagináveis. A inteligência artificial já está sendo aplicada com sucesso em vários campos da atividade humana. A internet das coisas transforma nossas casas em smarthouses, nossos equipamentos trocam informações entre si, as máquinas estão conectadas em rede, as informações estão facilmente disponíveis nas nuvens, a tecnologia multiplica por milhares ou milhões de vezes o alcance de nossos sentidos e nossa capacidade produtiva. Carros autônomos, drones, impressoras 3D, diagnósticos médicos e pesquisas altamente complexas concluídas em segundos, atendimentos de primeira linha realizados por robôs nos call centers – já não há novidade nisso – é apenas questão de tempo para que se popularize. Pois, além de crescer exponencialmente, a tecnologia fica cada dia mais acessível e mais barata.
Tarefas repetitivas e suscetíveis de serem automatizadas, serão automatizadas. Não há como evitar. Seria como querer que, após inventar a roda, o homem decidisse continuar a viver sem ela. Obviamente, haverá impacto sobre o trabalho e mais especialmente sobre o emprego, o que já vem preocupando cientistas sociais e pensadores de todas as áreas há tempos.

Estudos apontam que muitos postos de trabalhos serão eliminados e que uma grande parcela das nossas crianças exercerá profissões que ainda nem foram criadas. Há muitas informações, curiosidades, dúvidas e especulações sobre o futuro do emprego e sobre o trabalho do futuro, gerando apreensão e até mesmo um certo nível de ansiedade.

Mas, então, qual o motivo da esperança?

Explico. Se por um lado, tudo o que puder ser digitalizado o será, por outro, o que temos de mais essencial, o melhor da nossa humanidade – qualidades não passíveis de serem digitalizadas, passarão a ter mais e mais valor a cada dia. Criatividade, sabedoria, intuição, amor ao aprendizado, empatia, compaixão, entusiasmo, integridade, generosidade, colaboração, coragem, humildade, bom humor, capacidade de transcendência e tantas outras virtudes e forças de caráter serão o nosso diferencial num mundo altamente conectado, com estruturas mais horizontalizadas, em que as máquinas e sistemas farão a parte repetitiva e maçante do trabalho, liberando-nos para interagir, criar, cuidar, inventar, inovar, produzir beleza, investigar os mistérios do universo, filosofar, exercitar a nossa espiritualidade.

Não por acaso, desde já as empresas estão valorizando as competências socioemocionais e a chamada inteligência espiritual de seus colaboradores. A falta de uma competência técnica pode até ser contornada através de capacitação e treinamento específico. Mas empresas realmente prósperas e diferenciadas não se sustentam sem pessoas com vontade de aprender, capazes de desaprender o que for preciso, cooperativas, inovadoras, com visão sistêmica, comprometidas e mobilizadas por uma causa em comum.

Não por acaso, as empresas já estão procurando por estas metacompetências em seus processos seletivos e começam a perceber que precisam cuidar do bem-estar de seus colaboradores, que deixam de ser vistos como meros “recursos” ou “meios para se atingir um fim”, passando também a investir na criação de ambientes, sistemas e estruturas que favoreçam o desenvolvimento dos potenciais humanos destes colaboradores, não apenas para retê-los, mas porque sabem que somente assim haverá entre eles disposição para confiar, cooperar, criar, inovar e estabelecer conexões positivas.

Os colaboradores, por sua vez, para fazer frente aos novos tempos e ao tipo de empresa que tanto desejam – que lhes ofereça mais sentido, realização e autonomia, terão que amadurecer, adotando posturas mais responsáveis e coerentes, exercendo o protagonismo e se dispondo de fato a contribuir de forma consciente com a causa que abraçam conjuntamente, enquanto durar aquela parceria.

Sim, há aspectos preocupantes neste cenário. Ainda temos dificuldades para agir no padrão ganha/ganha. Estamos longe de ser uma sociedade justa e equilibrada. Será preciso inverter a lógica da pura competição pela máxima cooperação. Se mantivermos o modelo vigente, por exemplo, alimentado pelo paradigma da escassez, não haverá emprego para todos. Neste aspecto, mais uma vez, teremos que nos valer do melhor da nossa humanidade para rever nosso modelo de sociedade, redefinir nossa visão do trabalho, reavaliar a forma como exploramos os recursos naturais e nossos padrões de consumo, repensar questões sociais importantes, como a redistribuição da renda, a ocupação dos espaços, o combate às desigualdades, os modelos educacionais e tantos outros desafios que nenhum robô resolverá por nós.

Para concluir, voltemos à criação da roda. A partir dela, homens antes esgotados e ocupados em vencer o atrito para deslocar grandes objetos, cada qual preso à sua posição para poder puxá-los ou empurrá-los, agora podiam se sentar lado a lado, enquanto as rodas faziam o trabalho duro. Da mesma forma, cada vez mais a tecnologia nos tornará livres para, finalmente, nos aproximarmos sem reservas, nos conhecermos na essência, estabelecermos relações de confiança, criarmos conexões baseadas na verdade, dialogarmos com interesse e empatia, cooperarmos mutuamente pelo bem comum, experimentarmos novas formas de organização, reinventarmos o que for preciso e, afinal, estabelecermos as bases do mundo de paz, amor, justiça e prosperidade que tanto ansiamos.

Faz sentido pra você?

César Tucci : Palestrante, Educador, Coach e Escritor , www.cesartucci.com.br – contato@cesartucci.com.br

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